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Canal mexicano sai do ar em protesto contra sequestros

Televisa, maior canal do país, deixou a tela em preto durante uma hora devido ao sequestro de jornalistas pelo narcotráfico

O canal mexicano Televisa, a maior emissora de língua espanhola, deixou a tela em preto durante uma hora (AFP/Omar Torres)

O canal mexicano Televisa, a maior emissora de língua espanhola, deixou a tela em preto durante uma hora (AFP/Omar Torres)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2010 às 18h10.

Cidade do México - O canal mexicano Televisa, a maior emissora de língua espanhola, deixou a tela em preto durante uma hora de transmissão de um programa jornalístico na noite desta quinta-feira, em protesto pelo sequestro de quatro jornalistas - dois deles desse canal - pelo crime organizado.

Os jornalistas, um dos quais já foi libertado, foram sequestrados na segunda-feira no estado de Durango por um grupo criminoso que exige que sejam divulgados três vídeos denunciando a cumplicidade entre autoridades locais e seus inimigos do cartel narcotraficante Zetas.

"Transmitir um programa nessas circunstâncias é impossível e um risco, não apenas para aqueles que permanecem detidos, mas também para todos aqueles para os quais nos dedicamos no exercício jornalístico", disse Denisse Maerker, âncora do programa 'Punto de Partida da Televisa', antes de a tela ficar totalmente preta, quase à meia-noite.

Pouco antes, no canal a cabo Milenio, no qual trabalha outro dos operadores de câmera sequestrados, o âncora do jornal, Ciro Gómez, decidiu ceder seu espaço na apresentação de notícias também em protesto pelo sequestro, e pediu ao governo que assuma sua responsabilidade no caso.

"Um meio de comunicação não é projetado nem equipado para negociar uma tomada de reféns", disse.

O grupo 'Multimedios-Milenio' admitiu na quarta-feira ter transmitido os vídeos em uma transmissão local para a região onde ocorreu o sequestro.

A Sociedade Interamericana de Imprensa pediu nesta sexta-feira ao governo mexicano que atuasse para garantir a vida dos jornalistas que continuam sequestrados: os câmeras Jaime Canales, da Miltimedios-Milenio, e Alejandro Hernández, da Televisa; e o repórter Oscar Solís, do jornal El Vespertino.

Outro jornalista da Televisa, Héctor Gordoa, libertado na quinta-feira, disse que seus colegas estavam em boas condições de saúde.

Esta é a primeira vez no México que um grupo faz uma exigência aos veículos de imprensa para condicionar a libertação de reféns.

O México, onde ao menos nove jornalistas foram assassinados neste ano, é considerado em vários relatórios internacionais o país mais perigoso para a imprensa no continente.

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