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Camundongos implantados com células humanas se tornam mais inteligentes

As células – chamadas astrócitos – são um tipo de célula glial, que são células de suporte neuronais

Camundongos (Uriel Sinai/Getty Images)

Camundongos (Uriel Sinai/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2014 às 13h59.

Um tipo de célula encontrada no sistema nervoso central humano e que possui um papel muito importante para a função cognitiva acaba de ser usada em camundongos – e os tornou mais inteligentes. As informações são do CNET.

De acordo com o site, as células – chamadas astrócitos – são um tipo de célula glial, que são células de suporte neuronais. Estas células em forma de estrela são encontradas na medula espinhal e no cérebro, sendo as células mais abundantes neste segundo. Elas fornecem suporte bioquímico para as células que compõem a barreira sangue-cérebro, nutrientes para o tecido nervoso, regulamentação para a transmissão dos impulsos elétricos no cérebro e até suporte estrutural. Em humanos, elas são maiores, mais abundantes, mais diversificadas e mais complexas do que em outras espécies.

Para o estudo, uma equipe de pesquisadores implantou astrócitos maduros em bebês camundongos. Estas células assumiram o controle até o ponto em que quase todas as células gliais no cérebro do camundongo eram de origem humana – e tiveram um efeito significativo. Em primeiro lugar, os sinais do cérebro se espalharam mais longe e mais rapidamente do que o normalmente observado em camundongos, algo parecido com a atividade do cérebro humano. Em segundo lugar, a potenciação de longa duração (LTP, na sigla em inglês) – ou seja, durante quanto tempo os neurônios são afetados pela estimulação elétrica, importante para a aprendizagem e memória - ocorreu mais rapidamente e se manteve por mais tempo, sugerindo uma maior capacidade de aprendizagem.

Porém, como células maduras têm limitações, a equipe decidiu realizar um novo estudo, em que implantou céluas astrócitos progenitoras nos bebês camundongos, extraídas de fetos humanos doados. Estas células, ao contrário dos astrócitos maduros, se dividiram e multiplicaram, tomando completamente o cérebro, limitadas apenas pela dimensão física do órgão. Cada ratinho recebeu 300 mil células humanas e, dentro de um ano, esse número havia crescido para 12 milhões.

O resultado foi um grupo de camundongos muito mais inteligentes do que seus companheiros. Em um dos testes, os bichos foram treinados para reconhecer um som que era precursor de um choque elétrico suave. Os camundongos “híbridos” pararam no lugar por quatro vezes a mais do que os outros, sugerindo que suas memórias eram quatro vezes maiores.

"Esses foram os efeitos gritantes", disse Steven Goldman, neurologista do Centro Médico da Universidade de Rochester, à New Scientist. "Podemos dizer que eles foram estatisticamente e significativamente mais espertos do que os demais camundongos”.

"Isto não fornece aos animais as capacidades adicionais que poderiam, de alguma forma, ser atribuídas ou percebidas como especificamente humanas", disse ele. "Pelo contrário, as células humanas estão simplesmente melhorando a eficiência das próprias redes neurais dos ratos. Eles ainda são ratos", afirmou.

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