Hassan Ahmad, um dos coordenadores da campanha, em entrevista coletiva sobre o assunto (AFP/Jewel Samad)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2010 às 17h44.
Washington - Uma coalizão de muçulmanos americanos lançou uma campanha na internet para neutralizar o que chamam de "crescente onda de sentimento" anti-islâmico, bem como para se apresentar como cidadãos que amam seu país.
O grupo lançou o site na web http://www.myfaithmyvoice.com e um vídeo on-line com curtas aparições de muçulmanos americanos, inclusive crianças pequenas, com comentários como "eu sou americano" e "não quero tomar o poder neste país".
A campanha é lançada em meio à controvérsia desatada sobre os planos de construção, em Nova York, de um centro cultural islâmico, que inclui uma mesquita, perto do Marco Zero, onde se erguiam as torres-gêmeas do World Trade Center, derrubadas nos atentados terroristas de 11 de setembro de 2011.
"Esta crescente onda de sentimento antimuçulmano nos preocupa", disse Hassan Ahmad, advogado de Washington e um dos coordenadores da campanha, que não inclui uma tomada de postura sobre a pertinência de construir ou não a mesquita no Marco Zero.
"Não há forma de que esta coalizão possa tomar uma posição (sobre a mesquita) porque somos uma coalizão diversa de muçulmanos como quaisquer outros", disse.
"Não há uma única organização por trás disto, nenhuma mesquita pode se apropriar desta (campanha). Esta é a voz dos muçulmanos americanos, clara e simples", acrescentou.
David Hawa, produtor do vídeo de um minuto de duração, disse que ele traz uma mensagem "nova e única".
"Com frequência ouvimos em certos círculos que os muçulmanos querem se apoderar dos Estados Unidos para impor nossa fé sobre os demais", disse Hawa. "Estamos tentando demonstrar que isto não é o que tentamos fazer", acrescentou.
A página do grupo na internet permite aos muçulmanos publicar seus próprios vídeos e comentários, bem como "falar diretamente com o público americano sobre o que pensam e sentem".
Por enquanto, a campanha se realiza só na internet, embora a coalizão possa arrecadar fundos para transmiti-la pela televisão, informaram os organizadores.
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