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Com o calor, atendimentos por problemas respiratórios em SP crescem 30%

As altas temperaturas registradas neste começo de ano e a baixa umidade relativa do ar são responsáveis pelo aumento de cerca de 30% nos atendimentos

aquecimento global (Getty Images)

aquecimento global (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 08h14.

As altas temperaturas registradas neste começo de ano e a baixa umidade relativa do ar são responsáveis pelo aumento de cerca de 30% nos atendimentos decorrentes de problemas respiratórios, tanto nas unidades públicas de saúde municipais quanto nas estaduais. O calor, somado ao ar seco, pode provocar ressecamento de mucosas do nariz, da garganta e de pele, além de tosse e infecções respiratórias.

Em mais um dia de forte calor, a cidade de São Paulo começou a tarde com temperatura em elevação, com os termômetros marcando 31 graus Celsius (ºC), de acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) do município. A máxima prevista para o dia é 35ºC. A umidade relativa do ar estava em torno de 29% por volta das 15h, segundo meteorologistas do CGE.

Nesse cenário, os olhos podem ficar irritados, com ardência, vermelhidão, coceira ou conjuntivite alérgica, explica a pneumologista Maria Cristina Machado, responsável pelo setor de doenças respiratórias crônicas da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. O clima seco causa problemas também para pessoas que sofrem de doenças preexistentes, como asmas, bronquite, rinite, doença pulmonar obstrutiva crônica, conhecida como enfisema pulmonar.

“No caso dos adultos que têm doença pulmonar obstrutiva crônica, quando o tempo esquenta e a umidade fica baixa, o paciente pode entrar em crise. Mesmo as formas mais leves são desconfortáveis. Normalmente, nas unidades de saúde, o que é feito é um raio X de tórax e um exame do nível de oxigênio. Nas crianças também é feito esse procedimento. A medicação varia, muitas vezes se faz inalação, e se prescreve um anti-inflamatório, ou antialérgico.”

Entre as orientações para amenizar esses sintomas estão evitar exercícios moderados e intensos; beber maior quantidade de líquidos, principalmente se for criança ou idoso ou se costuma ficar em locais com ar-condicionado; não ficar em aglomerações; manter arejados os ambientes internos da casa e do trabalho.

Além disso, é recomendado não tomar banho com água muito quente, para evitar o ressecamento da pele, e usar creme hidratante e protetor labial.

“Quem puder deve evitar sair de casa no período mais quente do dia, entre as 10h e as 16h, mas se isso não for possível o ideal é usar roupas leves, sempre ter uma garrafa de água para beber, soro fisiológico para borrifar nas narinas e colírio para os olhos. Em casa, vale colocar uma bacia com água ou toalhas molhadas no local onde a pessoa mais fica, e usar panos úmidos para a limpeza. Para evitar as alergias, o ideal é retirar cortinas e carpetes nesse período”, disse.

Amanhã (6) o ar quente e seco ganha força, com predomínio de sol, sem expectativa de chuva. As temperaturas variam entre 23ºC e 35ºC. Durante a tarde, os menores percentuais de umidade oscilam entre 20% e 30%. Na sexta-feira (7), o quadro deve ser parecido, com possibilidade de aumento dos índices de umidade, podendo haver áreas de instabilidade e chuvas localizadas e rápidas. As temperaturas variam entre 22ºC e 34ºC.

De acordo com o meteorologista Franco Villela, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nesta época do ano o esperado é que venham ventos da região amazônica para o Sudeste, mas um sistema de alta pressão está impedindo o deslocamento. “Os ventos que tipicamente sopram para cá não estão ocorrendo e acabam soprando mais para o oeste, para a Bolívia”. O sistema de alta pressão é uma região em que o ar fica mais pesado e forma uma espécie de bloqueio para os ventos.

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