Pedro Mac Dowell - QI Tech (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter
Publicado em 16 de dezembro de 2024 às 16h47.
Última atualização em 16 de dezembro de 2024 às 16h58.
A QI Tech, uma fintech especializada em soluções tecnológicas para serviços financeiros, foi a única startup brasileira a atingir o status de unicórnio em 2024. A empresa alcançou uma avaliação de mercado superior a US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,1 bilhões) após receber um aporte de US$ 50 milhões.
A empresa, fundada em 2018 e com sede em São Paulo, oferece infraestrutura para operações de crédito, serviços bancários e antifraude. Seu portfólio inclui mais de 400 clientes, entre eles Vivo, QuintoAndar e Shopee.
O controle da QI Tech permanece com os sócios-fundadores Pedro Mac Dowell (CEO), Marcelo Bentivoglio (CFO) e Marcelo Buosi (COO). Em 2023, a empresa recebeu a classificação A+ (bra) da agência de risco Fitch, demonstrando que ela tem avançando bem em credibilidade no setor financeiro.
A conquista da QI Tech ocorre em um momento desafiador para o mercado de startups. Globalmente, investidores têm reduzido aportes em startups em estágio inicial, priorizando menores volumes de capital com maior controle nas empresas investidas.
Essa tendência reflete um movimento de maior cautela, com menos investimentos em scale-ups e foco em startups onde os investidores anjos, family offices e fundos de capital de risco possam exercer maior influência. Isso afeta não apenas o Brasil, mas também outros mercados emergentes.
Apesar da retração geral, a inteligência artificial (IA) tem se mostrado um motor importante para a criação de unicórnios. Segundo a CB Insights, quase metade das 72 startups que alcançaram o status de unicórnio em 2024 atua diretamente na área de IA, marcando um recorde histórico.
Essas startups têm características diferenciadas: alcançam a marca de US$ 1 bilhão em menos tempo e com equipes menores. Startups como a World Labs e a Sakana AI, ambas fundadas em 2023, atingiram esse patamar com menos de 50 funcionários. Em comparação, startups de outros setores levam, em média, nove anos e têm equipes duas vezes maiores.
Atualmente, há 1.249 unicórnios em todo o mundo, com valor de mercado coletivo superior a US$ 4 trilhões (R$ 24 trilhões).