Cabify: serviço premium e tarifas mais caras (Cabify/Divulgação)
Ivan Padilla
Publicado em 14 de junho de 2021 às 06h00.
Última atualização em 14 de junho de 2021 às 06h30.
"Não queríamos que este dia chegasse, mas amanhã é 14 de junho, o dia em que deixamos de operar no Brasil. É o último e-mail que lhe enviamos, por isso vamos aproveitar esta oportunidade para lhe agradecer.”
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Esse foi o email que os usuários do Cabify receberam ontem da direção da empresa. O texto continua com os agradecimentos. “OBRIGADO Maurício, Priscila, Stéphanie e as centenas de motoristas que, com seu talento e esforço, transportaram milhares de passageiros da maneira mais segura.”
“OBRIGADO a Camila, Guilherme, Bruno e a todos os passageiros que, como você, Ivan, confiaram em nós desde o primeiro momento. A todos vocês, OBRIGADO, OBRIGADO e OBRIGADO. E lembrem-se, nos vemos em todas as outras cidades da América Latina e Espanha, onde continuamos operando!!”
Em nota enviada à EXAME no mês passado, quando foi anunciada a decisão de deixar a operação no Brasil, a empresa afirmou que "o mercado brasileiro ainda é muito afetado pela grave situação sanitária do país e pela crise sócio-econômica local causada pela covid-19. Este contexto dificulta a criação de valor e tem levado a empresa a parar sua operação no Brasil".
O Cabify chegou ao Brasil em 2016, em meio ao boom de aplicativos de transporte. Seu posicionamento era de um serviço mais premium, com carros melhores e motoristas de costume e gravata - e, claro, tarifas mais altas. Na época, a Uber ampliava participação localmente e a 99 ainda era uma empresa focada em táxis e nem pertencia à chinesa Didi.
Em 2017, o Cabify chegou a comprar a brasileira Easy para solidificar sua participação no país. Com a crise causada pela pandemia, as viagens diminuíram para muitas empresas, que tiveram impacto forte no faturamento do segmento de viagens. A Uber, que tem capital aberto e reporta trimestralmente dados de receita, mostrou fortes quedas no número de viagens nos meses que seguiram ao início da disseminação da covid-19.
O Cabify pertence à empresa espanhola Maxi Mobility e foi fundada em 2011. As operações seguem em outros nove mercados latino-americanos, além da Espanha: Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai. No Brasil, o serviço funcionava nas cidades de São Paulo, Santos, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
Segundo a empresa, no comunicado, as cidades da América Latina e da Espanha "mostram bons índices de recuperação em comparação com o nível de atividade anterior à pandemia" e, em alguns mercados, 100% da demanda foi reativada durante os primeiros meses de 2021.
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