Tecnologia

Buscador usado por hackers causa pânico na internet

Ferramenta Shodan reúne informações de mais de 1,5 bilhão de dispositivos conectados à internet, desde babás-eletrônicas até usinas nucleares


	Shodan: ferramenta foi batizada em referência ao terrível computador do game System Shock
 (Wikipedia)

Shodan: ferramenta foi batizada em referência ao terrível computador do game System Shock (Wikipedia)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 5 de setembro de 2013 às 12h17.

São Paulo – Uma ferramenta de busca que encontra dispositivos conectados à internet está causando pânico na web. E por “dispositivos” é possível incluir babás-eletrônicas, câmeras de segurança, estações de tratamento de água e até usinas nucleares.

Batizada de Shodan, em referência ao terrível computador do jogo System Shock, a ferramenta foi desenvolvida por John Matherly em 2009 e hoje tem um banco de dados de mais de 1,5 bilhão de dispositivos, segundo números da revista Forbes.

A ideia inicial do inventor, explicou a revista, era oferecê-la para grandes empresas como Cisco ou até a Microsoft, por exemplo, que a usariam para rastrear o planeta em busca de dispositivos da concorrência.

Mas ao invés de chamar a atenção das grandes corporações da tecnologia, a criação de Matherly se tornou um prato cheio para hackers mal-intencionados que têm se aproveitado de vulnerabilidades de tais dispositivos, e da falta de conhecimento de seus usuários, para invadir e tomar controle de câmeras de segurança, por exemplo, em lares, hospitais e até creches.

De acordo com a CNN, especialistas de segurança avaliaram a ferramenta e o que encontraram foi um cenário alarmante e assustador. Uma simples pesquisa realizada pela CNN retornou com os sistemas de controle de um parque aquático, crematórios e usinas nucleares.


A reportagem também procurou por “default password” e encontrou milhares de impressoras, servidores que usam “admin” como nome de usuário e tem como senha a famigerada sequência “1234”. Ou seja, estavam prontos para serem invadidos.

A Forbes lembra, contudo, que a tarefa de encontrar os dispositivos não é para qualquer um. É necessário saber dados específicos dos aparelhos e os resultados mostrados incluem protocolos de internet.

Ainda sim, aqueles que tiverem os conhecimentos necessários podem se aproveitar das “facilidades” oferecidas pela ferramenta, pelos dispositivos e por seus usuários, para fazer o que quiserem. 

Como exemplo de estrago que é possível ser feito com a ferramenta nas mãos erradas, a revista cita o caso de um americano chamado Marc Gilbert.

Uma noite, Gilbert ouviu uma voz adulta e desconhecida saindo do quarto de sua filha de dois anos. Quando chegou, descobriu que a voz era de um hacker que havia invadido a babá-eletrônica.

Shodan

Segundo a Forbes, Shodan funciona em um modelo “fremium”. É possível acessá-la gratuitamente, mas a ferramenta retornará com apenas 10 resultados. Atualmente, cerca de 10 mil usuários pagam uma taxa de cerca de 20 dólares, mas que dá acesso a mais de 10 mil resultados por busca. Usuários corporativos, como firmas de segurança, por exemplo, tem acesso a toda a base de dados de Shodan. 

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