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Busca da Tesla por lítio pode ser atrasada por obstáculos a mina

Decisão de fechar acordo com uma mineradora pequena mostra esforço das fabricantes de carros elétricos e de baterias para garantir a oferta do mineral

. (Tesla, Handout via Reuters/Reuters)

. (Tesla, Handout via Reuters/Reuters)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 15 de setembro de 2018 às 17h33.

A corrida da Tesla para garantir lítio para baterias pode ser atrasada por possíveis atrasos no projeto de mineração de uma empresa que deve abastecer a fabricante de veículos elétricos.

Um tribunal de Perth recomendou que o Ministério da Mineração da Austrália Ocidental não aprove a isenção de obrigações passadas de investimento mínimo com exploração no projeto em pedra dura Mt. Holland, informou a SQM, uma gigante do setor de lítio, em comunicado na quarta-feira. O empreendimento Mt. Holland, de propriedade da SQM e da Kidman Resources, pode atrasar se o ministério não conceder a isenção, segundo a SQM.

Em maio, a Tesla assinou um contrato de três anos com a Kidman para o fornecimento de hidróxido de lítio. A decisão da empresa com sede em Palo Alto, Califórnia, de fechar acordo com uma mineradora pequena que não deverá iniciar a produção antes de 2021 mostra o esforço das fabricantes de carros elétricos e de baterias para garantir a oferta do mineral.

“Isso será uma preocupação para a Tesla -- eles tinham esperanças de garantir o abastecimento assinando esse acordo de compra de produção com a Kidman”, disse James Frith, analista da Bloomberg NEF em Londres. “Isto certamente pode afetar a Tesla significativamente se a Tesla não tiver outros acordos de abastecimento em vigor.”

Um porta-voz da Tesla procurado por e-mail preferiu não comentar imediatamente.

Após anos de déficit de oferta, o mercado terá um pequeno superávit até 2020 com o aumento da capacidade de produção da SQM no Chile e a construção de duas novas minas na Austrália, segundo relatório da BNEF. Ainda assim, qualquer atraso pode gerar desequilíbrio -- e os novos projetos de lítio tendem a encontrar obstáculos administrativos ou a sofrer ramp-ups (crescimento gradual de um novo projeto) mais longos que os esperados, segundo o relatório.

Este poderia ser o caso de Mt. Holland se a Austrália Ocidental decidir não aprovar a isenção para propriedades necessária para desenvolver o projeto, segundo o comunicado da SQM, formalmente conhecida como Sociedad Química y Minera de Chile. As ações da Kidman Resources foram suspensas na quarta-feira antes da recomendação do Mining Warden for Perth.

“A recomendação do tribunal de Warden não é uma decisão final para a isenção solicitada”, afirmou a SQM no comunicado. “Se for seguida, pode gerar incertezas ou atrasos no desenvolvimento do projeto.”

O Solactive Global Lithium Index, que engloba produtores e consumidores de lítio, subiu 0,6 por cento na quarta-feira. As ações da SQM avançaram 1,2 por cento.

“Outros atrasos que ainda poderiam prejudicar o projeto durante o ramp-up, como adiamentos relacionados ao fato de os proprietários nunca terem operado esse tipo de mina antes”, disse Frith. “Se os atrasos se mantiverem por vários anos e a mina não estiver em operação até 2024 ou 2025, começaríamos a ver um potencial déficit de oferta no mercado de lítio.”

Mt. Holland projeta uma capacidade anual de 44.000 toneladas de hidróxido de lítio. Menos de um quarto da produção da mina irá para a Tesla, informou a Kidman Resources em maio. A empresa fornecerá à Tesla uma quantidade de lítio próxima à que a fabricante precisa para alimentar sua gigafábrica de baterias a cada ano. Apesar de nenhum outro acordo de fornecimento de lítio para a Tesla ter sido noticiado, a empresa pode ter garantido oferta por meio de parceiras como a Panasonic, segundo Frith.

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