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Bug do Facebook desprotegeu privacidade de 14 milhões de usuários

Posts privados da rede social foram exibidos como textos públicos entre 18 e 22 de maio

Facebook: confiança na empresa, que foi protagonista em escândalo de vazamento de dados, caiu 66%

Facebook: confiança na empresa, que foi protagonista em escândalo de vazamento de dados, caiu 66%

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2018 às 15h01.

Última atualização em 14 de junho de 2018 às 17h27.

San Francisco – O Facebook está há meses em uma batalha contra a percepção de que não fez o que deveria para proteger a privacidade das pessoas; agora, a empresa disse que falhou novamente em manter privadas as informações de milhões de usuários.

No mês passado, cerca de 14 milhões de usuários da rede social que acreditavam estar criando posts privados, do tipo que apenas um pequeno grupo de amigos veria, estavam na verdade criando textos públicos a que qualquer um poderia ter acesso.

O Facebook culpou um bug de software pelo problema. Não disse como o havia encontrado, nem como sabia que ele se limitava a 14 milhões.

Em declaração, disse apenas que o bug agiu de 18 a 22 de maio, quando estava testando um novo recurso. No dia 27 do mesmo mês, alterou os posts afetados, transformando a configuração pública de volta para privada.

“Gostaríamos de pedir desculpas pelo erro. Corrigimos o problema e a partir de hoje estamos informando todos os afetados e lhes pedindo para rever os posts que fizeram durante esse período”, disse em uma declaração Erin Egan, diretora de privacidade do Facebook.

De uns meses para cá, os executivos do Facebook têm sido repetidamente obrigados a pedir desculpas aos usuários por não proteger sua privacidade.

Em março, o New York Times informou que os dados de mais de 87 milhões de pessoas haviam sido coletados pela Cambridge Analytica, uma empresa política com laços com a campanha de Donald Trump. Esta semana, o jornal informou que o Facebook havia dado a fabricantes de celular, incluindo a Apple, a Samsung e a empresa chinesa Huawei, acesso aos dados de seus usuários e de respectivos amigos. Membros do Congresso estão agora questionando essa e outras empresas de tecnologia sobre sua relação com a Huawei.

A confiança no Facebook caiu 66% como resultado das notícias dos últimos meses, de acordo com uma pesquisa do Instituto Ponemon, empresa de pesquisa independente especializada em privacidade e proteção de dados.

Norman Sadeh, diretor do programa de engenharia de privacidade da Universidade Carnegie Mellon, disse que, embora o Facebook tenha sobrevivido após perdas temporárias de confiança do público no passado, os escândalos recentes parecem estar prejudicando a empresa.

Em resposta aos problemas, a rede social adicionou uma série de novos controles de privacidade, além de uma página centralizada para as configurações de segurança, embora Sadeh afirme que as novidades ainda estavam confusas.

Um dos principais recursos de privacidade do Facebook é o que permite que as pessoas decidam qual será a audiência de seus posts. Alguém pode, por exemplo, compartilhar um texto com apenas um grupo limitado, ou decidir fazer um post público, para que qualquer pessoa possa vê-lo, incluindo as não logadas no Facebook.

Não ficou claro se os usuários poderiam ter feito alguma coisa em suas configurações para evitar o efeito do bug revelado pela empresa.

“Até que essa e outras empresas melhorem sua abordagem em relação à privacidade e desenvolvam configurações que sejam mais fáceis de usar e mais alinhadas com o que os usuários querem, seria aconselhável evitar compartilhar informações muito sensíveis nessas plataformas”, avisou Sadeh.

The New York Times News Service/Syndicate – Todos os direitos reservados.

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