A Brasil Telecom (BrT) finalizou a compra de 100% do capital do site iBest, segundo fato relevante publicado nesta segunda-feira (30/6). A operação consolida o exercício de uma opção de compra realizada em maio do ano passado, referente à compra de 50,5% do iBest, por cerca de 36 milhões de dólares.

Desde 2002, a BrT já detinha 71,6% do capital votante e 43,5% do capital total. Ao assumir 100% do capital social, a BrT reforça sua participação no mercado da internet. A BrT está entre as maiores empresas de telecomunicações do Brasil: tem mais de 10,5 milhões de linhas instaladas, quase seis mil funcionários e atende 40% milhões de usuários (23% da população brasileira) nas regiões Sul, Centro-Oeste e nos Estados do Acre, Rondônia e Tocantins. O iBest, por sua vez, possui 4 milhões de usuários cadastrados (sendo 1,3 milhão, ativos). O site foi formado em 1999. Desde 2001, concentra as operações no provimento de acesso a internet. Nessa época, a BrT tinha cerca de 12% das operações.

A junção das duas empresas causa preocupação à Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda. Em março deste ano, a Seae emitiu parecer aprovando com restrições a união entre BrT e iBest. Para o ministério, a BrT precisa assegurar que não criará restrições a outros provedores que utilizam a sua infra-estrutura caso contrário poderá causar prejuízos à livre concorrência no mercado brasileiro de acesso a web. A Secretária de Direito Econômico ainda não emitiu parecer. Caberá ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a decisão final.

A conclusão da operação foi considerada positiva pelo mercado, mas a BrT, como outras empresas do setor, como todo o setor de telefonia, pode ser afetada pela queda de braço entre o governo e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Em seu relatório de análise de investimentos desta segunda-feira, a Fator Doria Atherino reduziu a recomendações dos papéis da BrT de compra para atraente . Apesar de considerar o anúncio oficial da operação de compra do iBest positivo, os analistas entendem que a BrT e todo o setor de telefonia apresentam riscos regulatórios para os investidores.