Tecnologia

Briga de gigantes: Apple vai dificultar vida de Google e Microsoft

Essa não é a primeira (nem a última) vez que a Apple barra conteúdos semelhantes aos próprios

App Store: apps do Google, do Facebook e da Microsoft foram barrados pela Apple (Sean Gallup / Equipe/Getty Images)

App Store: apps do Google, do Facebook e da Microsoft foram barrados pela Apple (Sean Gallup / Equipe/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 11 de setembro de 2020 às 14h41.

Última atualização em 7 de outubro de 2020 às 15h48.

De olho no lançamento da mais nova atualização do sistema operacional dos iPhones e iPads, a Apple revisou algumas políticas de sua loja de aplicativos, a App Store. Se as aspostas eram para um facilitamento dos conteúdos de desenvolvedores dentro da plataforma, elas com certeza estão erradas.

Não é de agora que a Apple é criticada por suas regras consideradas duras em relação à App Store e que, por lá, é apenas priorizado os apps da própria marca. Segundo os críticos mais árduos da marca, a Apple tem "muito controle" sobre os softwares que podem ser instalados em iPhones.

Muito além da Epic Games e do Fortnite, a Apple arrumou briga com outros dois gigantes: a Microsoft e o Facebook, que alegam que as regras da maçã restringiram o que seus aplicativos de jogos podem fazer no iOS. Por exemplo, o serviço da Microsoft xCloud não está disponível no sistema operacional e o aplicativo de games do Facebook... simplesmente não tem games. Confuso, não?

A Apple afirma que os aplicativos de streaming de games do tipo são permitidos em sua loja de aplicativos, mas com algumas condições: os jogos nos serviços da Microsoft e no do Google precisam ser baixados individualmente, e não diretamente dentro de apenas um aplicativo.

Em uma audiência no Congresso americano, a Apple afirmou que o forte controle sobre os aplicativos que podem ser baixados em seus aparelhos tem a ver com a segurança dos dispositivos, e não com uma forma de monopólio.

Os serviços de streaming de games, no entanto, quer agir como uma plataforma para desenvolvedores e jogadores, sendo responsáveis individualmente pela decisão de quais games farão ou não parte de suas plataformas, mas a Apple quer ter um controle sobre quais jogos serão colocados, analisando cada um deles individualmente. O que quer dizer que, se um serviço de streaming de games tem 100 jogos, cada um deles será analisado e listado individualmente pela Apple — o que pode aumentar expressivamente o valor que a marca de Steve Jobs pode faturar em cima de cada um deles, uma vez que a companhia recebe cerca de 30% dos lucros dos apps publicados em sua loja.

Essa não é a primeira (nem a última) vez que a Apple barra conteúdos semelhantes aos próprios. Apesar de permitir o aplicativo da Amazon, é impossível comprar livros para o Kindle em iPhones, uma vez que a companhia criada por Steve Jobs tem seu próprio serviço de compra de livros, o Apple Books.

É também possível instalar o aplicativo do Google Play Filmes, ver a biblioteca se o usuário já tiver comprado filmes, mas não adquirir novas produções nos dispositivos Apple, uma vez que ela tem seu próprio serviço de compra de filmes e outros podem ser adquiridos no streaming Apple TV.

A proibição do xCloud na App Store, então, pode se dar pelo fato de que a Apple já tem o Arcade, serviço de jogos por assinatura.

Acompanhe tudo sobre:AntitrusteAppleGoogleJogosMicrosoft

Mais de Tecnologia

Black Friday: 5 sites para comparar os melhores preços

China acelera integração entre 5G e internet industrial com projeto pioneiro

Vale a pena comprar celular na Black Friday?

A densidade de talentos define uma empresa de sucesso; as lições da VP da Sequoia Capital