Tecnologia

Brasileiros usam app Airbnb para gerar renda extra na crise

Empresa diz que sua plataforma digital está pronta para o grande volume de reservas para os Jogos Olímpicos no Rio e pode acomodar 80 mil pessoas na cidade

Airbnb: plataforma digital da empresa está preparada para o grande volume de reservas para as Olimpíadas do Rio (Getty Images)

Airbnb: plataforma digital da empresa está preparada para o grande volume de reservas para as Olimpíadas do Rio (Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 30 de março de 2016 às 05h56.

São Paulo – Com o país em recessão, os brasileiros buscaram a plataforma do Airbnb como forma de obter renda extra com a locação temporária de casas, apartamentos ou quartos ao longo do último ano. É o que afirma Leonardo Tristão, presidente da empresa americana para o mercado brasileiro. 

De acordo com dados da companhia, o crescimento nos últimos 12 meses no país foi de 109% na comparação ano sobre ano. O Airbnb iniciou suas operações por aqui em 2012. 

Tristão ressalta que o número de hóspedes brasileiros durante a Copa de Mundo da Fifa, em 2014, foi pequeno em relação ao total, 6%, enquanto 120 mil estrangeiros utilizaram o aplicativo para encontrar um lugar para ficar ao acompanhar as partidas de futebol pelo país. 

"Mudamos a estratégia e focamos nos brasileiros e no mercado doméstico, o que fez o número subir para 53% no total de reservas de brasileiros no final do ano passado. O brasileiro começou a descobrir o Airbnb", afirmou o presidente da empresa no Brasil, em entrevista a EXAME.com.  

"A gente teve um crescimento muito grande e chegamos ao número de 70 mil opções de hospedagem. Quando entrei na empresa, em meados de 2015, ele era de pouco mais de 40 mil. A gente vê uma curva acentuada de crescimento que tem muita relação com a crise econômica.", declarou o executivo.  

Locais mais populares

Na plataforma digital da empresa, a maior parte dos viajantes do país sai do Estado de São Paulo. A capital paulista é a segunda com mais opções de hospedagem, com pouco mais de 8.000 acomodações, perdendo apenas para o Rio, que tem mais de 25.000 anúncios no Airbnb atualmente. 

Entre os cinco destinos mais comuns, as praias paulistas aparecem três vezes. A lista é a seguinte, em ordem de popularidade: Rio de Janeiro, Ilhabela (SP), São Sebastião (SP), Florianópolis e Guarujá (SP).     

"O viajante se voltou para o mercado doméstico, em função da desvalorização do real. Isso ajudou bastante o crescimento de usuários da plataforma no país. Como temos muitos anúncios Brasil afora, nos 27 Estados, conseguimos democratizar um pouco o turismo. As pessoas conseguem se hospedar em qualquer ponto do país com um orçamento que cabe no bolso", disse Tristão. 

Olimpíadas do Rio

Para atender à demanda alta de reservas para os Jogos Olímpicos, o presidente do Airbnb para o Brasil disse que não é necessária uma adequação tecnológica da sua plataforma digital, mas a empresa terá um escritório provisório na cidade – ao mesmo tempo que mantém o escritório recém-inaugurado em São Paulo, na Vila Madalena, projetado com base em acomodações populares no país.  

A ideia de ter a equipe alocada no Rio para as Olimpíadas é que a companhia tenha pessoal para atender da melhor forma o público que se hospedar na cidade por meio do Airbnb.

A capacidade da empresa é acomodar 80.000 turistas no mês de agosto. Após o evento esportivo, a empresa volta a ter somente o escritório de São Paulo para atender as demandas vindas de todo o país.  

Público e confiança

Tristão conta ainda uma curiosidade: o público que utiliza o app não é composto majoritariamente por Millennials, jovens nascidos entre os anos de 1980 e 2000. "A média de idade dos anfitriões é de 41 anos. Mas, no lado do viajante, a média é de 35 anos no Brasil", afirmou o executivo. 

Para garantir a qualidade do serviço tanto para quem aluga quanto para quem se hospeda em uma acomodação na plataforma digital da empresa, o Airbnb aposta em um sistema de avaliação bilateral, assim como faz o serviço de caronas pagas Uber.

"A reputação do hóspede pode afetar a capacidade dele de conseguir reservas. Se ele causou problemas em uma casa, o anfitrião pode não aceitá-lo. O mesmo vale para o anfitrião. A base no nosso serviço é a reputação, porque ela gera confiança", segundo Tristão. 

O Airbnb ainda pretende crescer neste ano, não apesar da crise, mas, sim, por conta dela. O próprio presidente da companhia para o Brasil admite que a marca ainda não é muito conhecida no país, mas que ela tem se tornado popular ao longo dos últimos meses. 

A companhia tem aplicativos para smartphones com sistemas Android e iOS, além de um site.

Acompanhe tudo sobre:AirbnbAppsCrise econômicaEmpresasRecessãorenda-extraTurismo

Mais de Tecnologia

WhatsApp volta ao normal depois de parar de funcionar em vários países

Pequim anuncia plano para avanço em inteligência incorporada

WhatsApp fora do ar? App de mensagens apresenta instabilidade nesta sexta-feira

Google faz novos cortes de funcionários e atinge setores de IA, Cloud e segurança