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Os brasileiros conhecem o valor da privacidade, afirma Meredith, do app Signal

Depois do WhatsApp e Instagram, o Signal ganhou uma seção de Stories nesta segunda-feira; a CEO Meredith Whittaker defende que o recurso vai funcionar sem abandonar as pretensões de privacidade e proteção de dados do app

Meredith Whittaker, presidente do Signal: app sem fins lucrativos (Henrique Casinhas/Getty Images)

Meredith Whittaker, presidente do Signal: app sem fins lucrativos (Henrique Casinhas/Getty Images)

O Signal, aplicativo de mensagens criptografadas sem fins lucrativos concorrente do WhatsApp e do Telegram, anunciou nesta segunda-feira, 7, uma função de compartilhamento de imagens de curta duração, similar ao da rede social Instagram, e com o mesmíssimo nome: Stories. A grande diferença é que o mensageiro que promete mais segurança vai deixar o usuário escolher se quer ver a aba com as atualizações ou não.

Criado em julho de 2014, o Signal tem a premissa de manter a privacidade de seus usuários e não guardar qualquer informação sobre eles, nem mesmo e-mail, nome ou foto de perfil. O aplicativo já teve 100 milhões de downloads nas lojas de aplicativos dos sistemas operacionais iOS, da Apple, e Android, do Google, e tem crescido a medida que o Telegram também é questionado sobre seus métodos de proteção das conversas.

Para a EXAME, a presidente do Signal, Meredith Whittaker, contou sobre a razão de levar um recurso aparentemente intrusivo como os Stories ao app, além das razões por trás do interesse dos brasileiros pelo Signal. Confira abaixo:

Como a atualização apresentada hoje se relaciona com os princípios de privacidade do Signal?

Tudo no Signal parte do zero com a privacidade em mente. Isso significa que o aplicativo é pensado para não ter rastreamento, vigilância e, o mais importante, anúncios intermináveis. É apenas o usuário, seus amigos e as piadas e imagens que ele deseja compartilhar com os outros. Isso vale para os Stories, que também estão no sistema de criptografia de ponta a ponta. Isso mantém os Stories compartilhados completamente privados e apenas as pessoas que compartilham e visualizam têm acesso às atualizações e informações.

Mas por que trazer o recurso?

Ouvimos de pessoas de todo o mundo que elas queriam os Stories no Signal, e faz sentido já que é um jeito de conversar muito popular hoje em dia. Logo, trouxemos para o nosso mensageiro com a intenção de permitir que as pessoas se comuniquem com seus amigos da maneira que quiserem, sem sacrificar a segurança e a privacidade. E para aqueles que não querem compartilhar ou ver histórias, facilitamos muito a desativação. Somos uma organização sem fins lucrativos e nossa missão é criar um aplicativo de mensagens robusto que permita que comunicação de forma privada. Por isso destaco que  não estamos otimizando o funcionamento visando engajamento ou cliques em anúncios. Portanto, para aqueles que não estão interessados ​​em ver os Stories de outras pessoas ou compartilhar as suas, basta desativar e o Signal terá a aparência e o funcionamento de antes.

Há espaço para crescer no mercado brasileiro de aplicativos de mensagens?

Acreditamos que a privacidade é um direito humano e que os brasileiros, como todas as pessoas, merecem uma maneira verdadeiramente segura e privada de se comunicar digitalmente. Vimos uma ampla adoção do Signal no Brasil, pois os usuários do Brasil percebem que o WhatsApp e outras alternativas são muito menos privadas. Por exemplo, no início de 2021, o WhatsApp mudou sua política de compartilhamento de dados com a empresa proprietária, a Meta. Após a notícia, o Signal foi o aplicativo mais baixado no Brasil tanto na PlayStore quanto na App Store por meses.

Mas por que os brasileiros escolhem o Signal?

Os brasileiros reconhecem que grandes empresas de tecnologia cujo modelo de negócios gira em torno da monetização da vigilância nem sempre são amigas da privacidade. Continuamos a ouvir que os brasileiros sabem o valor da privacidade e a importância de comunicações verdadeiramente seguras e privadas.

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