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Brasil vira centro exportador de game online

País é o escolhido para desenvolver a parte web do Intezone Futebol, jogo online que será exportado para vários países. Estúdio brasileiro recebeu investimentos de R$ 50 milhões

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h34.

O Brasil está virando um pólo desenvolvedor e exportador de um novo game online para múltiplos jogadores, o Interzone Futebol. Criado pela norte-americana Interzone Entertainment, o jogo terá toda a interface web desenvolvida no país, tanto da versão que rodará por aqui, quanto daquelas que forem distribuídas pelo mundo.

A proposta da Interzone, que oficializa nessa terça-feira (19/08) seus estúdios no país e anuncia uma prévia do Interzone Futebol, é criar um game online em que jogam 11 internautas contra outros 11, em tempo real. Cada um deles é um jogador, formato diferente da maioria dos games, em que um jogador controla todo um time.

O game estará hospedado em um portal e a proposta da Interzone é combiná-lo com recursos de comunidades online e mundos virtuais, em uma espécie de Second Life próprio. Das redes sociais, o Interzone Futebol herdará perfis, comunidades, fóruns e chats. Dos mundos 3D, os usuários receberão avatares. A diferença principal para o Second Life é que toda e qualquer interação está relacionada a um propósito, que é o jogo de futebol. O avatar de determinado usuário, por exemplo, poderá fazer ginástica na praia ou jogar futevôlei com o objetivo de melhorar o condicionamento físico do corpo virtual.

"Os usuários poderão criar suas redes de contatos, como em uma rede social comum, e, a partir daí, convidar os amigos para montar os times para os amistosos e para os campeonatos que vamos criar", explica Jairo Rozenblit, vice-presidente de marketing e responsável pela operação da Interzone no Brasil.

O desenvolvimento do game começou em janeiro de 2007, junto com o início da operação brasileira da Interzone. Naquele momento, a companhia já mantinha uma unidade na Austrália, para desenvolvimento de código de programação do jogo - em parceria com a empresa local BigWorld. Rozenblit foi recrutado especialmente para estruturar essa etapa e selecionar os desenvolvedores de software com habilidades em internet. "O Marty [Brickey] tinha interesse desde o início em criar algo no Brasil justamente pela associação que é feita entre o país e o futebol", diz.

Em abril do ano passado, a Interzone - sediada em Chicago, nos Estados Unidos - abriu estúdios também na China, para o desenvolvimento gráfico do game. Nos últimos meses, a base do Brasil trabalhou com os outros dois estúdios para compor o jogo, que deverá ser lançado oficialmente, com o portal estruturado, até o fim do ano.

Os investimentos da Interzone no Brasil, ao longo de dois anos, chegará a 50 milhões de reais, soma que envolve tecnologia, equipes e criação do estúdio - que servirá de base para todas as versões mundiais do jogo. Hoje o escritório local tem 28 pessoas, e deverá terminar o ano com cerca de 40.

O Brasil será o primeiro país do mundo a estrear o Interzone Futebol, até o fim desse ano. Para o início de 2009, será a vez dos países da América Latina e Ásia. Ao longo do segundo semestre do ano que vem, chegará a Europa e Estados Unidos. "Cada versão terá detalhes personalizados de acordo com a localidade", aponta Rozenblit.

A ambientação do jogo, por exemplo, deverá seguir as características de cada país onde ele será lançado. O game que estreará no Brasil é ambientado no Rio de Janeiro e tem características bem fiéis da orla de Ipanema. Segundo o Rozenblit, um time de fotógrafos e designers se empenhou pessoalmente nessa tarefa de reproduzir as ruas da capital carioca, os carros, o calçadão. A idéia, segundo ele, é dar vida também a outras cidades à medida que o game se desenvolva. São Paulo está na lista, diz ele.

Jogo gratuito

Por enquanto a Interzone Entertainment não tem faturamento. Surgiu exclusivamente para lançar o game destinado ao futebol e, desde 2006, quando foi criada, só investiu no desenvolvimento, sem retorno financeiro.

Para ganhar dinheiro, a empresa aposta em uma combinação de venda de acessórios virtuais e de receitas com marketing. O cadastro e o uso do jogo serão gratuitos. O usuário só pagará para complementar seu time ou seu jogador com outros acessórios, como pares de chuteiras diferenciadas, vitaminas ou camisas novas. "Fizemos uma análise e vimos que manter o jogo gratuito e cobrar apenas pelos acessórios gera resultados bem mais interessantes. O usuário brasileiro não gosta de pagar mensalmente para usar alguma coisa na web", aponta o executivo.

Além disso, a Interzone poderá fazer parceria com outras empresas de artigos esportivos para que eles divulguem suas marcas nos acessórios ou mesmo patrocinem certas áreas do campo virtual. "Geralmente as empresas não querem associar suas marcas a jogos violentos, o que era muito comum nos jogos multiplayer online. No caso do Interzone Futebol, isso não acontece, porque tudo gira em torno do esporte, que é para lá de saudável", complementa.

Segundo estatísticas levantadas pela Interzone, em 2006, mundialmente, as empresas gastavam cerca de 80 milhões de dólares por ano em marketing associado aos games. A previsão para 2009 é que esse número salte para 1 bilhão de dólares.

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