Tecnologia

Brasil quer estender formato de TV digital à América Central e África

Além de oferecer maior qualidade de imagem e som e mais canais, a tecnologia também inclui aplicações interativas

Até agora adotaram o sistema ISDB-T Japão, Filipinas, Brasil, Peru, Argentina, Chile, Venezuela, Equador, Costa Rica, Paraguai, Bolívia e Uruguai (Getty Images)

Até agora adotaram o sistema ISDB-T Japão, Filipinas, Brasil, Peru, Argentina, Chile, Venezuela, Equador, Costa Rica, Paraguai, Bolívia e Uruguai (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de março de 2011 às 09h32.

Quito - O Brasil negocia com Nicarágua, Guatemala e alguns países africanos, como Angola, para que adotem o padrão de televisão digital que desenvolveu com o Japão, segundo Flávio Lenz, assessor da Secretaria de Telecomunicações.

Lenz, que participou nesta segunda-feira de um seminário sobre o tema em Quito, ressaltou que o sistema nipo-brasileiro ISDB-T (Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial) "é o mais adequado para países em desenvolvimento".

"Na África há muitos países que muito provavelmente ficam com o (sistema) europeu, mas há uma possibilidade de trazê-los para o ISDB-T porque o ambiente africano é mais parecido ao latino-americano que o europeu", explicou à Agência Efe.

Lenz revelou que seu Governo negocia atualmente com Angola, país de língua portuguesa e com boas relações com o Brasil, assim como com Nicarágua e Guatemala para a implantação de seu padrão televisivo.

Até agora adotaram o sistema ISDB-T Japão, Filipinas, Brasil, Peru, Argentina, Chile, Venezuela, Equador, Costa Rica, Paraguai, Bolívia e Uruguai, segundo Lenz.

O Governo paraguaio realizou nesta segunda-feira a primeira transmissão experimental do sinal digital no país e pretende iniciar as emissões da televisão pública em maio.

Colômbia e Panamá, por outro lado, elegeram o padrão europeu (DVB-T), e México e Honduras o formato americano ATSC.

Brasil e Japão se interessam em estender o sistema usado por eles porque assim criará uma maior "escala de produção", que barateará o preço dos conteúdos desenvolvidos, disse Lenz.

O especialista esclareceu que os programas ou filmes produzidos para o sistema ISDB-T poderão ser exibidos em televisores que funcionem com o padrão europeu, por exemplo, mas não os programas interativos.

Além de oferecer maior qualidade de imagem e som e mais canais, a televisão digital inclui aplicações interativas que permitem que o espectador use um teclado para acessar conteúdos vinculados com o programa que assiste.

O Brasil auxilia outros países na implantação do sistema ISDB-T, uma ajuda para acelerar o processo de adaptação, segundo Lenz.

"Peru e Argentina foram capazes de começar (as emissões) em menos de um ano, precisamente porque puderam contar com essa cooperação", explicou.


Com o seminário inaugurado nesta segunda-feira em Quito, e que se estenderá até terça-feira, o Equador começou essa colaboração, que consiste na capacitação e no contato entre universidades e empresas para o desenvolvimento de tecnologia e dos programas interativos.

O Equador pretende realizar o chamado "blecaute analógico", ou seja, o fim desse tipo de emissão, entre seis e dez anos, disse à Efe Byron Pabón, representante do Ministério de Telecomunicações desse país.

"É muito importante não passar dessa data", ressaltou o engenheiro. Para receber o novo sinal será necessário um conversor ou televisor digital com o padrão ISDB-T.

Durante um período de transição se emitirá o sinal analógico ao mesmo tempo que o digital, até o dia do blecaute.

No Brasil esse momento ocorrerá em 2016, após uma transição de dez anos, mas no Equador esse período pode ser mais curto porque o volume de aparatos que precisarão ser renovados é muito menor, explicou Lenz.

O Equador elegeu no ano passado o padrão nipo-brasileiro e assinou um memorando de entendimento sobre a cooperação, cuja execução começou com o seminário nesta segunda-feira, explicou à Efe Cecilia Jaramillo, assessora da Secretaria Nacional de Telecomunicações.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaÁsiaDados de BrasilJapãoPaíses ricos

Mais de Tecnologia

Gigantes das redes sociais lucram com ampla vigilância dos usuários, aponta FTC

Satélites da SpaceX estão causando interferência nos equipamentos de pesquisadores, diz instituto

Desempenho do iPhone 16 chama atenção e consumidores preferem modelo básico em comparação ao Pro

iPhone 16 chega às lojas – mas os recursos de inteligência artificial da Apple, não