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Mackenzie quer dominar técnicas de obtenção do grafeno

Sao Paulo - Com previsão de inauguração para o primeiro semestre de 2014, o Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologia (MackGrafe),...

grafeno (Wikimedia Commons)

grafeno (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.

Sao Paulo - Com previsão de inauguração para o primeiro semestre de 2014, o Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologia (MackGrafe), da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, quer dominar as técnicas de obtenção do grafeno, conhecido como a matéria-prima do século 21.

Com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), primeiro do gênero no Brasil, o Centro vai contar com equipamentos sofisticados distribuídos por uma área de 6.500 metros quadrados. O investimento realizado no local é de 15 milhões de dólares.

O grafeno é um cristal bidimensional de átomos de carbono organizados em uma rede de padrão hexagonal. Numa comparação com uma substância do cotidiano, uma folha grande do material é muito mais fina do que a espessura do plástico filme. O grafeno foi isolado em 2004 por dois pesquisadores russos, Andre Geim e Konstantin Novoselov, da Universidade de Manchester. Pela descoberta, a dupla recebeu o Prêmio Nobel da Física em 2010. Para obter o material, eles realizaram o processo de esfoliação, que utiliza uma fita adesiva e uma placa de grafite.

Segundo o coordenador do MackGrafe, professor Eunézio Antonio Thoroh de Souza, além de processo de esfoliação, o centro brasileiro também irá dominar a técnica do crescimento. No primeiro processo, é preciso buscar o grafite na natureza e realizar a esfoliação mecânica com fita adesiva ou química, com um solvente.

Este processo pode ser utilizado para apenas um tipo de produção de componentes. Em função disso, será utilizada também a técnica de crescimento que consiste em partir de um hidrocarboneto em estado gasoso, que quando aquecido é injetado em um tubo com uma folha de cobre e o grafeno acaba sendo depositado na superfície do metal.

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O professor Thoroh esclarece que as propriedades do grafeno são superlativas, o que faz com que ele tenha muitas aplicações. O material é transparente, flexível, esticável, impermeável, hidrofóbico (repele a água), com a maior razão entre área e peso entre as substâncias, força, conduz calor e suporta uma densidade de corrente elétrica muito grande, tendo maior condutividade do que o cobre. O grafeno pode ser aplicado em vários setores da economia: automotiva, aeroespacial, biomédica, comunicação, compostos, eletrônica, energia e sensores.

"O potencial mercado para daqui a dez anos é algo em torno de um trilhão de dólares. Por isto, no MackGrafe teremos todas as técnicas de obtenção. Os outros processos já estão sendo feitos agora só falta o crescimento", explicou.

O coordenador do MackGrafe esclarece ainda que o local é um Centro de Pesquisa, que não vai exportar ou fabricar produtos, mas sim obter o controle da tecnologia para não depender de outros países. Além disso, o centro quer fomentar a criação de projetos de pesquisa por parte de pesquisadores que possam fundar empresas que estejam envolvidas no desenvolvimento de produtos inovadores.

"Justifica você trocar uma tecnologia quando uma faz coisas que a outra não faz. A tecnologia do grafeno vai achar um espaço pensando nessas propriedades superlativas. O desafio para nós cientistas vai ser tornar isso possível para que um designer faça um projeto totalmente diferente, ele não vem para substituir outros componentes, vem para criar um mundo novo, fazer coisas que outros não fazem", afirmou.

A importância do grafeno mundialmente é tão grande que a Comunidade Europeia lançou o Programa Flagship, que destina um bilhão de dólares para a pesquisa do material em vários países.

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