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Brasil pode ser exportador de serviços de TI, afirma Fiorina, da HP

CEO da empresa está no país para promover a Plataforma de Exportação de Serviços Vinculados à Tecnologia da Informação

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h44.

A HP decidiu embarcar na política industrial do governo Lula, propondo um modelo de exportação de serviços na área de tecnologia da informação (TI) que inclui desoneração tributária. A presidente mundialda HP, Carly Fiorina, está no Brasil esta semana para promover seu projeto-piloto de alavancagem das vendas brasileiras de serviços de TI, a Plataforma de Exportação de Serviços Vinculados à Tecnologia da Informação (PES). Trata-se de um segmento que faz parte do binômio estratégico da própria empresa, que faturou no primeiro semestre 39,6 bilhões de dólares. "Nosso foco é serviços e software de gerenciamento", afirmou Fiorina nesta terça-feira (3/8), pouco antes de almoço com empresários.

Entre as vantagens brasileiras sobre concorrentes como a Índia estaria o fuso horário similar ao dos grandes compradores. Fiorina aponta outro diferencial: "A vantagem do Brasil é que o país, em si, já é um grande mercado". O presidente da HP Brasil, Carlos Ribeiro, também menciona a capacidade de produção científica brasileira. "Temos 6 mil doutores e 1,5% dos artigos de relevância científica em todo o mundo. Podia ser melhor, mas é uma presença relevante." Segundo Fiorina, porém, as universidades não podem ser o único foco de Pesquisa e Desenvolvimento, e o esforço de inovação deve incluir uma infra-estrutura de comunicações que possibilite a inovação e um ambiente institucional favorável. Ou seja, a HP espera um esforço do governo em efetivar uma "desoneração tributária significativa"das ferramentas e dos insumos necessários à prestação de serviços.

"Creio que passamos por um momento importante para a HP, para o Brasil e para a HP no Brasil", diz Fiorina. "Há uma oportunidade de o país exportar capacidades humanas." A política industrial definida pelo governo brasileiro recentemente também elegeu como uma de suas metas o incremento das vendas ao exterior de serviços de TI, alcançando 2 bilhões de dólares de faturamento neste segmento até 2007. Ontem Fiorina e Ribeiro receberam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede do HP Solution Center, em Tamboré, São Paulo.

A HP estima que, em dois anos, 40% das empresas estrangeiras serão importadoras de serviços de TI, como gerenciamento remoto e sob demanda de redes e aplicativos, desenvolvimento de software e suporte a partir de data centers, fábricas de software e contact centers localizados em qualquer parte do mundo.

Fiorina, que é graduada em História Medieval e Filosofia pela Universidade de Stanford, acredita que o Brasil pode ingressar definitivamente no cenário mundial de prestadores de serviços de TI. "História não acontece. Ela é construída."

Ser mulher

Questionada sobre a contribuição única de sua condição como mulher no posto de CEO de uma das maiores empresas do mundo, voltada à inovação, Fiorina afirma não pensar no assunto nestes termos. "É muito difícil responder a essa pergunta, porque nunca fui homem, e nunca tive a experiência de ser um homem ocupando o posto de presidente (ou CEO, Chief Executive Officer) de uma grande empresa. Penso em atuar em meu posto e fazer o melhor trabalho possível, trazendo tudo que há em mim para meu trabalho. E parte de mim é ser mulher."

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