Tecnologia

Brasil entra em projeto de megacabo submarino de rede de 15 mil km

Cabo submarino vai ligar a América do Sul à Ásia e à Oceania

 (Spencer Platt/Getty Images)

(Spencer Platt/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 13 de maio de 2021 às 16h22.

Última atualização em 13 de maio de 2021 às 16h57.

O governo brasileiro anunciou, nesta quinta-feira, sua adesão formal ao projeto para a construção do cabo de fibras ópticasHumboldt”, com quase 15.000 quilômetros de extensão. Trata-se de uma iniciativa chilena, que prevê a instalação do primeiro cabo submarino para interligar a América do Sul à Oceania e à Ásia. Além do Brasil, Argentina, Austrália e Nova Zelândia já manifestaram sua participação no projeto.

Nos próximos meses, equipes técnicas dos países envolvidos aprofundarão as discussões sobre as modalidades financeiras e técnicas da participação do Brasil neste projeto de longo prazo. O volume total de investimentos do projeto foi orçado em cerca de 400 milhões de dólares, e o prazo da concessão público-privada que deverá operá-lo foi estimado em 25 anos.

Durante cerimônia de lançamento dessa parceria, o chanceler Carlos França destacou que o projeto do cabo submarino "Humboldt" contribuirá para acelerar a interconexão e a digitalização das economias não apenas do Brasil e do Chile, mas também dos demais países sul-americanos. Ele destacou que a evolução digital e as telecomunicações desempenharão papel central no mundo.

"A pandemia tem acelerado a transformação digital e tem demonstrado a importância de nos apropriarmos das potencialidades da economia digital para o benefício da sociedade, sem descuidarmos da resiliência e da segurança das redes", afirmou França, ao lado do ministro das Comunicações, Fábio Faria, em videoconferência com autoridades chilenas.

Segundo destacou o ministro das Comunicações, o cabo contará com um sistema de oito fibras ópticas e terá capacidade inicial de transmissão de dados de até 400 Gbps. Esse potencial é suficiente cobrir 14.810 quilômetros de extensão e conectar Valparaíso (Chile) a Sydney (Austrália), passando por Auckland (Nova Zelândia),14.810 quilômetros de extensão. A conexão da Austrália com a Ásia será feita por cinco cabos já implantados e em funcionamento.

"Ao ligar a América do Sul à Oceania e à Ásia, a iniciativa contribuirá para o aumento da redundância da conexão brasileira com a internet mundial, com melhoria da disponibilidade e da confiabilidade do sistema. Ademais, permitirá o aumento do volume do tráfego de dados do país com as regiões que mais crescem em demanda por internet no mundo", salientou Faria.

Após o lançamento do que está sendo chamado de "conexão transpacífica", uma nota conjunta do Itamaraty e do Ministério das Comunicações destacou que a conexão por fibra óptica do Brasil com seus vizinhos vai consolidar a infraestrutura digital regional. Como resultado, o Brasil terá condições de se posicionar como líder da transformação digital e do mercado digital na América do Sul. Atualmente, Argentina, Brasil e Chile respondem por 80% do tráfego de internet na América do Sul.

"A adesão brasileira ao projeto do cabo Humboldt vem somar-se a outras importantes iniciativas do governo brasileiro, como o leilão de frequências de 5G, que dinamizará o mercado nacional de telecomunicações, ao viabilizar aplicações industriais dessa tecnologia ultrarrápida, ultraestável e de latência (tempo de resposta aos comandos) mínima; e a conexão com a Europa, através do cabo submarino EllaLink, que intensificará a transmissão de dados com os principais continentes produtores de conteúdo e demanda e propiciará a redução de custos para as empresas e o aumento de eficiência nos processos produtivos", diz o comunicado conjunto.

Esteja sempre informado sobre as notícias que movem o mercado. Assine a EXAME.

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaChileFibra ópticaInternet

Mais de Tecnologia

WhatsApp volta ao normal depois de parar de funcionar em vários países

Pequim anuncia plano para avanço em inteligência incorporada

WhatsApp fora do ar? App de mensagens apresenta instabilidade nesta sexta-feira

Google faz novos cortes de funcionários e atinge setores de IA, Cloud e segurança