Tecnologia

Brasil é um dos países que mais interferem no Google

Entre julho e dezembro de 2011, país enviou 194 pedidos de remoção de conteúdo para empresa, dos quais 54% foram atendidos

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 18 de junho de 2012 às 15h24.

São Paulo – O governo brasileiro é um dos que mais solicita ao Google a remoção de conteúdo da internet, revelou a quinta edição do relatório da empresa sobre transparência na web. Entre julho e dezembro do ano passado, foram 194 pedidos enviados pelo Brasil aos escritórios do Google. Do total, 128 correspondem a ordens judiciais e 66 são solicitações feitas por órgãos do poder Executivo.

Ainda de acordo com o relatório, a maioria delas tem a ver com conteúdo considerado difamatório. Mas também existem requerimentos motivados por falsificação de identidade e até mesmo ofensa religiosa.

“O número de pedidos de remoção de conteúdo no Brasil são altos em relação a outros países, em partes por conta da popularidade do Orkut no país”, pontua o relatório. Das solicitações totais recebidas pela empresa, 54% foram atendidas.

Relatório de transparência

Lançado há cerca de dois anos, o relatório é uma ferramenta que revela a transparência em relação aos pedidos feitos por governos de diferentes países para a remoção de conteúdo dos servidores do Google.

Os resultados da pesquisa ao longo de todo esse tempo são vistos pela empresa como preocupantes. Isso porque mostram a interferência de órgãos oficiais pela retirada de informações com teor político e que foram postadas por usuários. “Esperávamos que isso fosse uma aberração”, pontuou Dorothy Chou, analista do Google, em nota no blog do Google, “mas agora vemos que não”.


“É a quinta edição do relatório e, como sempre, recebemos solicitações para retirar do ar conteúdos políticos”, explicou. Uma constatação que, segundo ela, coloca em xeque a livre expressão e surpreende por envolver países de tradição democrática, tipicamente não associados à censura. 

A Espanha, por exemplo, pediu ao Google a remoção de 270 resultados de buscas ligadas a reportagens que faziam referência a personalidades políticas. Outro país citado por Chou é a Polônia. Uma instituição pública solicitou a retirada de links de um site que a criticava. “Não cumprimos nenhuma destas solicitações”, disse a analista. 

Por outro lado, o relatório mostrou o comprometimento da empresa em remover informações de conteúdo ofensivo. Um exemplo é a atitude em relação às solicitações da Alemanha, outro a figurar entre os que mais enviaram.

Segundo o relatório, os alemães registraram 103 pedidos dos quais 77% foram atendidos. A maioria das solicitações era relacionada a conteúdos com teor nazista ou que violavam a legislação do país para a proteção de crianças e adolescentes. 

Acompanhe tudo sobre:CensuraEmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiagestao-de-negociosGoogleGovernoInternetTecnologia da informaçãoTransparência

Mais de Tecnologia

Gigantes das redes sociais lucram com ampla vigilância dos usuários, aponta FTC

Satélites da SpaceX estão causando interferência nos equipamentos de pesquisadores, diz instituto

Desempenho do iPhone 16 chama atenção e consumidores preferem modelo básico em comparação ao Pro

iPhone 16 chega às lojas – mas os recursos de inteligência artificial da Apple, não