Hacker computer crime (Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 5 de setembro de 2025 às 08h28.
O Brasil foi um dos principais focos de ciberataques do tipo DDoS do planeta, segundo o último relatório da empresa de cibersegurança Netscout, publicado nesta semana. O documento, que leva em consideração dados dos primeiros seis meses deste ano, calcula um total de meio milhão de episódios do gênero no período.
A empresa afirma ter monitorado 8 milhões de ataques DDoS, ação criminosa que envolve derrubar sistemas online através da sobrecarga de acessos. A América Latina foi uma das regiões mais visadas globalmente, com um total de 1 milhão de ataques. O Brasil foi alvo de 550 mil desses ciberataques. O número é 55% acima do visto no segundo semestre de 2024, quando foram registradas 357.422 ocorrências.
Segundo a Netscout, entre os setores mais visados pelos hackers estão as operadoras de telecomunicações móveis, os provedores de infraestrutura de computação, como hospedagem de sites e processamento de dados; outras empresas de telecomunicações e operadoras de telecomunicações com fio. Em quinto e sexto lugar aparecem o setor bancário comercial e o setor de transporte rodoviário.
No relatório, a empresa destaca que novas tecnologias, como a automação por inteligência artificial, e a disseminação de serviços de ataque DDoS sob demanda trazem novos desafios:
"Isoladamente, cada uma dessas ameaças já seria grave; em conjunto, formam uma tempestade perfeita, provocando riscos cibernéticos sem precedentes para organizações e redes de provedores de serviço ao redor do mundo", diz a empresa.
O especialista em cibersegurança Kleber Cariello lembra que os ataques DDoS tiveram um crescimento elevado no planeta durante a primavera árabe, quando passaram a integrar as ações de grupos ativistas.
"É bem razoável assumir que num ambiente altamente polarizado como o que estamos vivendo parte deste aumento venha de grupos hacktivistas, porém, o uso de DDoS como ferramenta de monetização de criminosos tem crescido. Nessas situações, o ataque é disparado contra um alvo e os autores costumam pedir um resgate em criptomoeda para interromper a investida", diz Cariello, que é engenheiro e consultor da Netscout, responsável pelo relatório.