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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h33.
O mercado brasileiro encerrou o ano de 2007 como quinto maior mercado de computadores pessoais do mundo, com 10,7 milhões de máquinas comercializadas. Segundo a consultoria IDC Brasil, o volume representou crescimento de 37,7% sobre o total de computadores vendidos no ano anterior.
O país subiu duas posições no ranking global de computadores, deixando para Alemanha e França, que em 2006 ainda apareciam à frente. No entanto, permaneceu bem distante dos Estados Unidos - que vendeu 64 milhões de máquinas -, China e Japão, com vendas de 36 milhões de 13 milhões de computadores respectivamente. Também não conseguiu superar o Reino Unido, que atingiu 11,2 milhões de unidades.
Segundo Reinaldo Sakis, analista sênior de PCs e monitores da IDC, incentivos fiscais que ocorreram no início do ano passado motivaram o resultado. "A queda do dólar e a inclusão dos notebooks na medida governamental que prevê redução tributária contribuíram para a ampliação no nível de financiamento e para as vendas", diz.
Os desktops responderam por 9,1 milhões de equipamentos, elevação de 28% sobre 2006. Os notebooks chegaram a 1,5 milhões de unidades, crescimento de 153%. A IDC estima que entre os anos de 2011 e 2012, a proporção das vendas mundiais poderá mudar, com os notebooks ocupando a liderança dos produtos comercializados.
O mercado informal de computadores, chamado também de mercado cinza, atingiu 46,6% das máquinas vendidas. O resultado já apresenta queda frente aos 50,8% registrados no ano anterior, mas ainda está distante do cenário ideal traçado pelos fabricantes. "Para atingir as previsões de crescimento em 2008, seria interessante também um ataque mais agressivo ao mercado informal. Todos os fabricantes unidos têm poder para pleitear medidas desse tipo", comenta.
Algo que preocupa a indústria de eletroeletrônicos é a Medida Provisória 380 criada no ano passado e que institui o regime de tributação única para produtos importados do Paraguai - o que pode ser uma porta de entrada aberta também para equipamentos da China e Taiwan. A indústria acredita que todos os esforços de combate ao mercado cinza podem ser vãos caso a MP 380 continue incluindo os computadores, à medida que o contrabando pode ser facilitado. A Associação Brasileira das Indústrias Elétrica e Eletrônica (Abinee) tem conversado com o governo sobre a criação de uma lista de produtos não incluídos no texto, mas até o momento não houve definição.
Embora não tenha concluído o estudo, a IDC acredita que em 2008 o mercado de notebooks deve dobrar novamente no Brasil, enquanto as vendas de desktops crescem dois dígitos. Até o fim de 2010, a consultoria prevê que o Brasil seja o terceiro maior mercado, atrás apenas de Estados Unidos e China.