Homem fala ao celular na rua: já em relação às receitas pelos serviços de telecomunicação, o Brasil ocupa o quarto lugar no mundo (Robson Ventura/Site Exame)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2012 às 12h21.
Genebra - O Brasil é o segundo país "mais dinâmico" no setor das telecomunicações, o que mais progrediu no último ano e o quarto que mais receita recebe no mercado dos serviços de telecomunicação, apontou o relatório "Medindo a Sociedade de Informação", que foi publicado nesta quinta-feira.
O estudo foi realizado pela União Internacional das Telecomunicações (UIT) e, segundo seu secretário-geral, Hamadoun Touré, representa "o carro-chefe" da organização.
O relatório faz diversas classificações ao analisar o desenvolvimento das telecomunicações em 155 países, levando em conta não só a presença na sociedade, mas o progresso anual, o peso do setor na economia, as receitas obtidas e mais uma série de relações.
Em relação ao Brasil, que ocupa a 60ª posição no ranking geral, o relatório mostra que o país subiu 7 pontos entre 2011 e 2010, o que justificou a consideração de segundo "mais dinâmico" do mundo por sua capacidade de ampliar e atualizar sua rede de telecomunicações. Neste campo, o país só fica atrás do Cazaquistão.
Já em relação às receitas pelos serviços de telecomunicação, o Brasil ocupa o quarto lugar no mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos, Japão e China. No entanto, o primeiro país latino-americano na lista geral de desenvolvimento da TIC (tecnologias da comunicação e informação) é o Uruguai, que ocupa a 50º posição, seguido do Chile (55 em 2011 e 58 em 2010).
A lista geral de países onde o mercado das telecomunicações está mais desenvolvido é liderada, pelo terceiro ano consecutivo, pela Coreia do Sul, seguida da Suécia, Dinamarca, Islândia, Finlândia, Holanda, Luxemburgo, Japão, Reino Unido (o único país novo entre os 10 primeiros), e Suíça.
A principal conclusão do relatório é que o setor das telecomunicações "continua crescendo encorajado pela contínua queda dos preços dos serviços telefônicos e de banda larga de internet".
Segundo o relatório, que combina o preço das linhas telefônicas fixas, das linhas de móvel e dos serviços de internet de banda larga, o preço global das TIC caiu 30% entre 2008 e 2011, sendo que a maior queda de preço é relacionada aos serviços de banda larga de internet, 75%.
"Enquanto os preços nas economias desenvolvidas houve uma estabilização, os países em desenvolvimento continuam reduzindo seus custos em dois dígitos", aponta o relatório.
"Apesar disto, os serviços de banda larga ainda são caros nos países em desenvolvimento: no final de 2011, o preço mensal de um pacote de banda larga representava mais de 40% da renda mensal per capita", completa.
O texto também se refere à contribuição que o setor faz à economia mundial: em 2010 as exportações totais das TIC representaram 12% do comércio mundial de mercadorias, número que alcançou 20% nos países em desenvolvimento.
Segundo os dados da UIT, as receita globais dos serviços de telecomunicações alcançaram US$ 1,5 trilhão em 2010, o que representou 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.