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Brasil é líder global em ataques de phishing, diz Kaspersky

Para 2018, um analista de segurança da Kaspersky imagina que veremos um crescimento no número de ataques relacionados a roubo de identidade

Phishing: 28% dos usuários brasileiros tiveram incidentes com phishing entre janeiro e novembro de 2017 (BrianAJackson/Thinkstock)

Phishing: 28% dos usuários brasileiros tiveram incidentes com phishing entre janeiro e novembro de 2017 (BrianAJackson/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de novembro de 2017 às 16h14.

São Paulo - O Brasil é líder global em ataques de phishing - nos quais os usuários são infectados após clicar em um link suspeito ou baixar um arquivo malicioso de um e-mail.

Segundo a empresa de cibersegurança Kaspersky, 28% dos usuários brasileiros tiveram incidentes com phishing entre janeiro e novembro de 2017, a maior proporção entre os países pesquisados pela empresa, seguido de perto por Austrália (21,8%) e China (19,6%).

Entre os motivos apontados pela empresa para tal posição, estão a disseminação de correntes no WhatsApp e a pouca preocupação dos usuários brasileiros com sua segurança.

Os dados foram divulgados pela empresa na manhã de quarta-feira, 22, durante coletiva de imprensa em São Paulo, realizada para apresentar as previsões de tendências de cibersegurança para o ano de 2018.

Para o ano que vem, Fabio Assolini, analista de segurança da Kaspersky, imagina que veremos um crescimento no número de ataques relacionados a roubo de identidade - como aconteceu com o ataque revelado pelo Uber nesta semana - e o aumento do uso de bots (robôs de conversa) em redes sociais para influenciar as eleições presidenciais.

"Foi algo que aconteceu nos Estados Unidos e deve se repetir aqui", disse. "Infelizmente, as redes sociais ainda são bastante manipuláveis nesse aspecto."

Outro ponto levantado pelo especialista é a continuidade dos ransomwares - ataques que sequestram dados dos usuários e, em troca, pedem um resgate financeiro.

Em 2017, esse tipo de ataque foi bastante comum, especialmente por um novo tipo de ameaça, os ransomworms, que misturam o ransomware com outros tipos de vírus tradicionais, capazes de se disseminar pela rede. Nos últimos meses, o mundo sofreu com ataques desse tipo, como o WannaCry e o Petya, que devastaram milhares de computadores.

Cavalo de troia

Além disso, a Kaspersky apontou que o Brasil é o segundo país com mais ataques de trojan bancários - arquivos que se infiltram em PCs e smartphones para roubar informações financeiras - no mundo, ficando atrás apenas da Rússia.

"Os cibercriminosos brasileiros têm uma cooperação forte com os grupos do Leste Europeu, o que tem trazido para o País últimas novidades e técnicas de roubo de informação bancária", disse Assolini.

Segundo o analista, além de usuários e bancos, outros atores do setor estão na mira dos cibercriminosos - em especial, as fintechs (startups financeiras), que têm movimentado o segmento nos últimos anos.

"Ao contrário de empresas tradicionais, muitas vezes essas startups têm equipes e investimento reduzido em segurança, e isso pode acarretar problemas em 2018."

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