Da Redação
Publicado em 28 de agosto de 2013 às 10h00.
Não faltam cases de grandes invenções criadas por jovens universitários em startups. E, já que precisamos ser um país mais inovador, fica a questão: como a sociedade pode ajudar a criar mais dessas histórias? A resposta é complexa, mas um caminho que se mostrou viável passa pelas incubadoras de empresas. Normalmente associadas a universidades e institutos de pesquisa, com espaço físico, acompanhamento jurídico e, às vezes, um aporte financeiro, as incubadoras criam um ambiente melhor para que ideias disruptivas cheguem ao mercado com mais potencial.
Em 1993, o Brasil tinha apenas 13 incubadoras e, hoje, temos perto de 400 – cada vez mais focadas em tecnologia. Uma pesquisa da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) mostra que a busca pela inovação é o que define a maior parte das empresas incubadas: 58% desses empreendimentos têm como foco o desenvolvimento de novo produto ou processo a partir de pesquisas científicas, e 15% já miram o mercado global desde a sua concepção.
Essa ponte entre o conhecimento acadêmico e o empreendedorismo é bastante importante para a inovação brasileira se sustentar, e a ajuda do governo é fundamental. Em julho, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou um fundo de investimento de 50 milhões de reais destinado a empresas apoiadas por incubadoras e parques tecnológicos.
“Essa chamada é mais uma iniciativa para aumentar o número e o nível das empresas que inovam e as parcerias com instituições de ciência e tecnologia, pois só dessa forma conseguiremos entrar nas áreas de tecnologia de ponta e elevar a qualidade e a relevância dos projetos de inovação no Brasil”, afirma o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Glauco Arbix.
Para dar ainda mais fôlego às empresas incubadas, o governo federal lançou também este ano um programa bastante moderno, chamado Start-Up Brasil. Os 45 projetos de empresas brasileiras e 11 internacionais selecionados se concentram em tecnologia da informação – um setor que precisa de menos investimento inicial e pode atingir o mercado externo com mais facilidade. Além de linhas de crédito e investimento de 200 000 reais para aumentar o quadro de funcionários, o programa manterá um posto avançado no Vale do Silício, nos Estados Unidos, com mentores e estrutura que ajudarão os empreendedores brasileiros a se conectar às empresas mais inovadoras do setor. “A criação de ambientes compostos de empresas aceleradoras e empresas aceleradas é uma exigência do Brasil inovador que estamos construindo, com governo e sociedade”, afirmou o ministro Marco Antonio Raupp, do MCTI, no anúncio dos projetos selecionados.