(De Volta para o Futuro 2/Universal Pictures/Amblin Entertainment/Reprodução)
Lucas Agrela
Publicado em 2 de março de 2018 às 17h04.
O sonho dos carros voadores já existia antes de a Boeing começar a fabricar aviões. Agora, uma visão tirada das páginas de Júlio Verne está suficientemente perto de ocupar os atuais planos da liderança da Boeing.
“Eu acredito que isso vai acontecer mais rápido do que qualquer um de nós imagina”, disse o CEO, Dennis Muilenburg, em entrevista. “Os protótipos reais estão sendo construídos agora. Portanto, a tecnologia é muito viável.” A nova era de veículos voadores urbanos está suficientemente perto para que o homem que supervisiona aviões de passageiros e espaçonaves comece a traçar o que ele chama de “as regras da estrada” para as rodovias tridimensionais.
Os táxis aéreos autônomos e os drones de entrega de encomendas têm potencial para ser o próximo acontecimento disruptivo a revolucionar a indústria aeroespacial, com a Boeing e sua arquirrival, a Airbus, entre as construtoras que se esforçam para chegar rapidamente a esses objetivos.
Muilenburg considera que essa é uma oportunidade rara para formular um novo ecossistema de transporte. Frotas de aviões autopilotados poderiam estar pairando sobre as ruas das cidades e esquivando edifícios dentro de uma década, disse ele. Os fatores que impulsionam esses avanços são uma grande quantidade de investimentos, a rápida evolução da autonomia e a frustração cada vez maior do consumidor com os engarrafamentos.
Outros observadores compartilham de seu cronograma agressivo. De acordo com um novo estudo da Deloitte, os drones elétricos para passageiros, com dois a cinco assentos e parecendo primos distantes dos atuais helicópteros, poderiam chegar ao mercado dentro de dois anos. Até o começo da década de 2020, segundo o estudo, os carros voadores poderiam ir até um aeroporto pelas ruas e depois acelerar nas pistas e decolar.
Até a NASA está estudando a viabilidade do que a agência espacial do governo americano chama de “Mobilidade Aérea Urbana”. Mas para que alguma dessas tecnologias se consolide, primeiro os órgãos reguladores precisam resolver uma série de problemas fundamentais de segurança, começando com o de como administrar o trânsito convencional e o das novas máquinas voadoras.
Desde que Muilenburg se tornou CEO em meados de 2015, a Boeing expandiu sua linha de aviões futuristas e criou um braço de capital de risco chamado HorizonX para incentivar tecnologias promissoras como a propulsão híbrida elétrica. A maior empresa industrial dos EUA também está investindo em ferramentas de design digital e em impressoras 3D que podem rapidamente transformar conceitos de aviões em modelos de trabalho.