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BNDES busca saída para financiar pequenos provedores

Há algumas pedras no caminho dos pequenos provedores de banda larga, como destacou o técnico do Departamento de Banda Larga do Minicom


	Conexão banda larga: muitas vezes, projetos de pequenos provedores preveem investimentos equivalentes a quatro, cinco vezes seu faturamento e não têm ativos para dar como garantia
 (Reprodução)

Conexão banda larga: muitas vezes, projetos de pequenos provedores preveem investimentos equivalentes a quatro, cinco vezes seu faturamento e não têm ativos para dar como garantia (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2013 às 16h12.

Para o Ministério das Comunicações, os efeitos da abertura para a expansão de novas rede de cabo e fibra para TV por assinatura promovida pela regulamentação há cerca de um ano da Lei do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC) ainda estão por se fazer sentir, mas o governo acredita que os pequenos provedores de banda larga que estão implantando infraestruturas de fiber-to-the-home (FTTH) no interior do Brasil ampliarão o número de cidades atendidas com TV a cabo.

Há, entretanto, algumas pedras no caminho desses pequenos provedores, como destacou o técnico do Departamento de Banda Larga do Minicom, Pedro Lucas Araújo. Eles enfrentam dificuldades com o provisionamento de conteúdo sobre as redes IP e de empacotamento de programação e também de conseguir financiamento para seus investimentos. 

"Temos conversas avançadas com o BNDES para adaptar instrumentos financeiros já existentes para facilitar a entrada desses pequenos provedores em mercados regionais e na parte de conteúdo há o modelo de empacotamento oferecido pela Neotv e a sinalização da Telebras de que entratá no mercado de CDNs", enumera possíveis soluções Pedro Araújo.

Financiamento

Para o assessor especial do BNDES, Alan Fishler, pequenos provedores implantando FTTH são uma realidade hoje em dia. "O potencial é realmente muito grande, a perspectiva de retorno de investimento é muito boa, mas o tamanho dessas empresa hoje não permite um salto muito no nível de financiamento porque qualquer banco de investimento avalia o risco e a capacidade de pagamento, não o potencial de crescimento", pondera.


O que acontece é que muitas vezes os projetos desses provedores preveem investimentos equivalentes a quatro, cinco vezes seu faturamento e não têm ativos para dar como garantia.

Obviamente as necessidades de financiamentos desses provedores não se equiparam às das grandes operadoras de telecomunicações, que há muitos anos utilizam recursos do BNDES; mas também não chegam a ser menores que o limite de R$ 10 milhões em financiamentos indiretos que as pequenas empresas conseguem com mais facilidade utilizando, por exemplo, o cartão BNDES.

"Estamos tentando endereçar uma série de medidas para olhá-los em conjunto, através das associações etc. Umas das possibilidades é usar recebíveis como garantia, como acontece em alguns casos com as grandes operadoras. Estamos tentando equacionar uma solução criativa", conta.

Fishler acredita que eventualmente esse mercado vai se consolidar: "ou essas empresas começam a se consolidar, tornando-se mais robustas, com mais capacidade de financiamento, ou crescem com entrada de capital de outros grupos. Do tamanho que estão hoje não conseguem cobrir todo o potencial de crescimento que poderiam."

Araújo e Fishler participaram nesta quinta, 8, de painel no último dia da ABTA 2013, maior feira e congresso de TV por assinatura da América Latina.

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