Pokémon Go: jovem gravou vídeo jogando em igreja e fez ironias sobre a existência de Jesus Cristo (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2016 às 15h32.
Um jovem blogueiro russo foi acusado e detido neste sábado por dois meses à espera de um eventual processo depois de ter entrado em uma igreja ortodoxa para caçar pokémons e gravado tudo em um vídeo.
Acusado de incitação ao ódio e de ataque contra a liberdade religiosa, o homem, de cerca de 20 anos, mora na cidade de Ekaterimburgo, nos Urais, e pode pegar uma pena de cinco anos de prisão, indicaram os serviços de investigação russos em um comunicado.
À espera do prosseguimento da investigação, um tribunal decretou a sua detenção "por dois meses, ou seja, até 1 de novembro", acrescentou.
Em um vídeo publicado em agosto na sua conta de Youtube e visualizado mais de 500.000 vezes, Rouslan Sokolovksi critica um programa de televisão que explicava que era juridicamente arriscado jogar o popular Pokémon Go nas igrejas.
"A quem se pode ofender ao se mover dentro de uma igreja com um smartphone?", questionava o jovem, que em seguida se dirigia para uma das principais igrejas de Ekaterimburgo, erguida na década de 2000 sobre o lugar onde foi assassinado o último czar da Rússia, Nicolás II, junto com a sua família.
Depois, Sokolovksi começa a jogar durante a realização de um serviço religioso, e caça várias criaturas virtuais. No vídeo, o jovem faz ironias sobre a existência de Jesus e difunde, como música de fundo, uma falsa oração cheia de blasfêmias.
Para os investigadores, que fizeram buscas na casa do acusado na sexta-feira, "alguns" vídeos da sua conta de Youtube revelam "sinais de incitação ao ódio" e um deles tem "sinais de ataque contra a liberdade de consciência ou de crença".
Vários desses vídeos fazem críticas à poderosa Igreja ortodoxa, cujos valores conservadores são muito defendidos pelas autoridades russas, ante uma suposta perda de valores tradicionais no Ocidente.
O advogado do acusado, Stanislav Iltchenko, disse à agência Ria Novosti que ia recorrer da detenção do seu cliente, que busca, segundo ele, fazer uma "pressão psicológica" para "dar o exemplo".