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Black Friday já é bem mais do que só uma sexta-feira no Brasil

Na semana do dia 23/11, empresa de pagamentos eletrônicos Conductor registrou 12,7 milhões de transações aprovadas e R$ 1,1 bi em compras

Mais do que consumismo: O salto em vendas na semana da Black Friday em relação a 2017 tem a ver com popularização dos meios de pagamento eletrônicos (David Ramos /Stringer/Getty Images)

Mais do que consumismo: O salto em vendas na semana da Black Friday em relação a 2017 tem a ver com popularização dos meios de pagamento eletrônicos (David Ramos /Stringer/Getty Images)

GG

Gustavo Gusmão

Publicado em 28 de novembro de 2018 às 17h50.

Última atualização em 5 de dezembro de 2018 às 15h32.

São Paulo — Uma tendência dos últimos anos foi confirmada: a Black Friday no Brasil não está mais limitada à última sexta-feira de novembro, definitivamente. Dados da empresa de tecnologia em pagamentos digitais Conductor compartilhados com EXAME mostram que, entre os dias 17 e 25/11, foram aprovadas 12,7 milhões de transações só em meios de pagamento eletrônicos, totalizando mais de 1,1 bilhão de reais na "Black Week".

A sexta-feira ainda é o dia mais importante do período, no entanto. Do bilhão de reais, 202,3 milhões foram gerados no dia 23 de novembro, que também foi a data com o maior ticket médio: 136,47 reais. O sábado (24) e, curiosamente, a quarta-feira (21), foram o segundo e o terceiro dias mais lucrativos, embora isso não tenha se refletido tanto no valor médio das compras (112,34 e 121,50 reais, respectivamente).

O efeito da Black Friday na semana toda também foi sentido em 2017, mas em proporção um pouco menor. No ano passado, foram 8,6 milhões de transações aprovadas pelo sistema da Conductor, presente hoje em 90 mil estabelecimentos no país, entre 18 e 26/11, totalizando 776 milhões de reais arrecadados. O salto de lá para cá, em termos de compras realizadas, foi de quase 30%.

Efeito maquininha

O aumento de um ano para o outro, porém, não é justificado apenas por um consumo maior entre os brasileiros. Também entra nessa conta a popularização dos meios de pagamento eletrônicos no Brasil, mercado em que a companhia que forneceu os dados da Black Week atua, oferecendo tecnologia para processar as transações.

Para efeito de comparação, em 2017, o país tinha 5 milhões de maquininhas instaladas, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Já em 2018, de acordo com levantamento feito por EXAME, só as cinco maiores marcas do setor (Cielo, Rede, GetNet, PagSeguro e Stone) têm, juntas, cerca de 8 milhões desses aparelhos no mercado. O número, portanto, deve ser ainda maior.

Essa "democratização dos meios de pagamento eletrônicos", como descreve o CEO da Conductor, Antonio Soares, levou a empresa a registrar, em uma semana comum em 2018, um volume similar de transações ao da Black Friday de 2017. Segundo a companhia, entre os dias 27 de outubro e 4 de novembro deste ano, foram 9,8 milhões de compras aprovadas, que somaram um valor de 774 milhões de reais.

Não dá para desconsiderar o aumento no consumo, é claro. Segundo a consultoria Ebit, no comércio eletrônico, o faturamento foi 2,6 bilhões de reais, 23% acima do mesmo período do ano passado — e acima das expectativas, que eram de 15%, como relatado aqui.

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