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Bitcoin vê na América Latina grande potencial de expansão

Na América Latina, em agosto de 2013, o portal argentino "avalancha.com" foi o primeiro a aceitar bitcoins como pagamento para a aquisição de eletrodomésticos


	Bitcoin: em Buenos Aires, a Fundação Bitcoin tem uma sede desde 2012
 (Tomohiro Ohsumi / Bloomberg/Bloomberg)

Bitcoin: em Buenos Aires, a Fundação Bitcoin tem uma sede desde 2012 (Tomohiro Ohsumi / Bloomberg/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2014 às 19h12.

Cartagena - A América Latina - em especial a Argentina, o Brasil e o Chile - é vista com grande potencial para a expansão da moeda virtual bitcoin, criada em 2008 por um grupo de programadores sob o pseudônimo Satoshi Nakamoto, e que começou a revolucionar o tradicional mercado de divisas.

Os custos são reduzidos nas transações na moeda virtual, diretas entre compradores e vendedores, sem a necessidade de intermediários que cobrem comissões, explicou o diretor-executivo da Fundação Bitcoin, Jon Matonis.

Até o momento, o bitcoin pode ser usado para transferir fundos, comprar de empresas como Dell e Amazon, e, inclusive, ser trocado por ouro ou prata.

Na América Latina, em agosto de 2013, o portal argentino "avalancha.com" foi o primeiro a aceitar bitcoins como pagamento para a aquisição de eletrodomésticos.

Um mês antes, a empresa de serviços financeiros e comerciais na internet ZipZap tinha anunciado que expandiria suas operações para a América do Sul visando permitir que consumidores sem contas bancárias usassem dinheiro para comprar bitcoins.

Matonis disse que a Argentina, onde há mais de 8 mil usuários da moeda, "foi um dos países onde a ferramenta encontrou mais utilidade devido a seus problemas monetários".

"Brasil e Chile também estão em nosso radar porque são mercados enormes e interessantes para a nossa expansão", acrescentou.

Em Buenos Aires, a Fundação Bitcoin tem uma sede desde 2012 e três escritórios adicionais. Eles são usados para padronizar, proteger e promover a moeda virtual.

Os princípios defendidos são não depender de governos nem ser controlada por instituições financeiras.

Matonis explicou que o bitcoin "utiliza um sistema de assinaturas digitais codificadas" para criar uma divisa única. O valor é diferente das outras moedas tradicionais, porque se estabelece pela própria lei de oferta e procura, livre de fixação de preços.

Nesse sistema, que oferece a possibilidade de compra de produtos através da internet e permite a troca de bitcoin por dólar, euro ou outras moedas, "não existem os intermediários". "As transações são feitas virtualmente de pessoa a pessoa", explicou o diretor-executivo.

A moeda abre possibilidades ao comércio eletrônico e barateia as transações, transformando-se em oportunidade para empreendedores e consumidores. Além disso, promove novos produtos, como o cartão de débito Xapo, que permite gastar bitcoins como se fosse dinheiro tradicional.

Mas a chegada dos bitcoins tem gerado controvérsia em vários países, entre eles a Colômbia. O Banco da República, encarregado da política monetária do país, advertiu que o bitcoin "não é uma moeda e, por tanto, não constitui um meio de pagamento legal".

"Não existe então obrigatoriedade de recebê-lo como meio de cumprimento das obrigações", assinalou a instituição através de um comunicado público.

A Superintendência Financeira da Colômbia alertou, em uma circular, que o valor de troca das moedas virtuais "pode reduzir drasticamente e inclusive chegar a zero".

De acordo com a entidade, os bitcoins não estão "respaldados por ativos físicos, por um Banco Central, nem pelos ativos ou reservas da autoridade responsável".

Mesmo com a polêmica, o bitcoin segue ganhando espaço frente às formas tradicionais de pagamento e câmbio de divisas. EFE

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