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Bitcoin consome mais energia do que a Suíça inteira, diz estudo

Em um ano, rede de moedas criptografadas consome cerca de 6 TWh a mais do que o país europeu

Bitcoin: Universidade determina cálculo estimativo de quanta energia a rede utiliza (Julia Trokur/Shutterstock)

Bitcoin: Universidade determina cálculo estimativo de quanta energia a rede utiliza (Julia Trokur/Shutterstock)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 4 de julho de 2019 às 14h31.

Última atualização em 4 de julho de 2019 às 14h41.

São Paulo - O bitcoin, a mais famosa das criptomoedas, chama atenção por ser completamente virtual e sem fiscalização governamental. Um estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Cambridge, apontou um fator negativo da moeda: ela consome mais energia do que todo o território suíço - cerca de seis terawatts-hora de eletricidade a mais.

Em um período de um ano, a Suíça utiliza 58 TWh (terawatt-hora), enquanto o bitcoin utiliza aproximadamente 64 TWh no mesmo período. Isso significa que a moeda virtual é responsável por 0,25% do consumo total de energia em âmbito mundial. Essa análise é realizada pelo Índice de Consumo de Eletricidade Bitcoin de Cambridge - CBECI -, ferramenta online desenvolvida pela Universidade para estimar o gasto de energia, em tempo real, da rede bitcoin.

Um dos criadores do CBECI, Michel Rauchs, informou para a BBC News que o índice foi desenvolvido para que os usuários adquiram mais conhecimento sobre a moeda e, para efeito de comparação, ele utiliza situações reais - como a comparação com o gasto de energia na Suíça. Partindo disso, os usuários podem decidir, por si próprios, se esta quantia é grande ou pequena.

No entanto, Rauchs deixa claro que os números são estimados. Devido à instabilidade do valor da moeda - na última semana, apresentou um recuo de 22% no período de quatro dias -, obter estimativas certeiras e confiáveis não é tão simples. Por conta disso, o CBECI determinou limites máximos e mínimos para seus cálculos. De acordo com o índice, o pico de energia que pode ser utilizado pelo bitcoin chega próximo de 150  TWh, enquanto o mínimo de energia seria 22 TWh.

Sobre o impacto ambiental que o grande uso de energia pode causar (dependendo da fonte de geração de energia), a dificuldade de determinar de qual maneira a eletricidade alimenta a mineração de bitcoin dificulta uma estimativa - todas variam rapidamente e significativamente.

No website oficial do índice, que está em inglês, é possível ler mais sobre como a metodologia de análise é feita.

O alto consumo de energia junto à dificuldade de monitoramento sobre o uso do bitcoin para fins ilegais, são alguns dos entraves de adoção global da criptomoeda. É por isso que o Facebook e outras 27 empresas se associaram para criar uma moeda digital alternativa e mais estável chamada Libra. Ela só chegará ao mercado global no ano que vem e ainda pouco se sabe sobre seu funcionamento sob a óptica da poluição gerada por suas transações.

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