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Biometria facial é artifício tecnológico do Nubank para evitar fraudes

Empresa usa selfie feita no ato do cadastro para validar pedidos de cartões de crédito

Nubank: fintech se tornou o maior banco digital fora da Ásia (Nubank/Divulgação)

Nubank: fintech se tornou o maior banco digital fora da Ásia (Nubank/Divulgação)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 17 de abril de 2018 às 05h55.

Última atualização em 17 de abril de 2018 às 11h31.

São Paulo – No breve processo para pedir um cartão do Nubank, uma nova tecnologia passou a ser usada neste ano: a biometria facial. Após informar dados de cadastro básicos, como nome e CPF, o aplicativo do Nubank pede que o usuário tire uma foto de si mesmo para completar a solicitação do cartão de crédito. Essa simples ação faz com que seu rosto seja comparado com um banco de dados que abrange um terço da população brasileira que já solicitou crédito.

Guilherme Wunsch, que lidera a área de prevenção a fraudes do Nubank, conta a EXAME que o processo de verificação de usuários não usa apenas a biometria facial, mas também há verificação de documentos, checagem cadastral e uso de recursos de ciência de dados para autorizar um pedido de cartão de crédito. "São várias etapas, mas tudo é simples e normal para o cliente na hora do cadastro, leva apenas três minutos", afirmou Wunsch.

A tecnologia de reconhecimento de rostos usada pelo Nubank é chamada AcessoBio e vem da empresa brasileira Acesso Digital. Diego Martins, CEO e fundador da Acesso Digital, diz que a eficácia do sistema é para 98% dos casos.

Quando ela não funciona, o usuário é requisitado a refazer a imagem. Alguns acessórios, como óculos e chapéu, podem interferir no registro. Por isso, o sistema identifica que há partes do rosto cobertas e pede uma nova foto, sem os adereços. "Cadastramos o dobro de biometrias que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tem hoje", declarou Martins a EXAME, que afirma fazer o cadastro dos rostos junto com o número do CPF do usuário para evitar fraudes. Em janeiro, o TSE informou que mais da metade do eleitorado brasileiro (mais de 73 milhões pessoas) já fez o registro de biometria.

Não é preciso que você tenha um iPhone X, que faz análise facial tridimensional. Uma foto simples, de qualquer smartphone, basta. Por quê? Nem Martins soube explicar. "O time técnico desenvolveu isso internamente e não contou nem para mim como funciona", afirmou o CEO. Segundo ele, o sistema analisa indícios de "prova de vida" para determinar se a imagem realmente acabou de ser tirada. Uma foto simples, tirada com um celular, pode conter dados como data, hora e local onde foi registrada.

Além do Nubank, a Acesso Digital atua na liberação de crédito em redes de varejo, que é de onde vem grande parte dos seus cadastros. O CEO da empresa diz que todas as fotos são tiradas com o consentimento das pessoas. "No futuro próximo, vamos entrar na saúde para evitar fraudes com carteirinhas com convênios médicos, algo muito comum", afirmou Martins.

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