Tecnologia

Benefícios da nuvem para as empresas ainda ficam abaixo do esperado, diz estudo

Somente 41% das empresas na América Latina dizem ter alcançado os ganhos esperados com a nuvem, mostra pesquisa inédita da consultoria Accenture

Data center no Brasil: os riscos de segurança e a falta de habilidades são as principais barreiras para adoção da nuvem (Germano Lüders/Exame)

Data center no Brasil: os riscos de segurança e a falta de habilidades são as principais barreiras para adoção da nuvem (Germano Lüders/Exame)

FS

Filipe Serrano

Publicado em 5 de janeiro de 2021 às 07h00.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2021 às 12h11.

A migração das empresas para serviços baseados em nuvem nos últimos anos ainda não produziu os ganhos esperados para as companhias. De acordo com um estudo realizado pela consultoria Accenture e obtido com exclusividade pela EXAME, somente 41% das empresas da América Latina dizem ter alcançado os ganhos esperados com os investimentos em computação em nuvem. O número da região é um pouco maior do que média global, de 37%.

O resultado é praticamente o mesmo de 2018, quando 35% das empresas pesquisadas no mundo diziam estar satisfeitas com o valor gerado pela migração para a nuvem, o que demonstra que os benefícios dos investimentos em nuvem ainda não estão sendo alcançados completamente.

Embora a pandemia do novo coronavírus tenha acelerado o movimento das empresas para hospedarem cada vez mais serviços e processos digitais em sistemas na nuvem, a pesquisa mostra que ainda existem barreiras significativas para realizar todo o proveito potencial desse investimento.

Na América Latina, as principais barreiras são os riscos de segurança e compliance (apontado por 47% das empresas pesquisadas), a complexidade do negócio e da mudança operacional na empresa (42%) e a falta de habilidades das equipes para lidar com a nuvem (40%).

Para Paulo Ossamu, diretor-executivo de Tecnologia da Accenture na América Latina, é necessário corrigir essas falhas para obter os ganhos esperados e reverter a situação. “Existem alguns fatores que dificultam essa captura dos benefícios da nuvem. Em geral, existe uma grande complexidade em converter aplicações legadas para rodar na nuvem, além disso ocorrem desalinhamentos entre as áreas de negócio e de TI, mas um dos principais fatores é a falta das habilidades e competências dentro da empresa”, diz.

O estudo foi realizado com 750 profissionais de negócios e de tecnologia da informação (TI) que ocupam cargos de liderança em grandes empresas de 17 países que atuam em 11 segmentos distintos.

A América Latina na liderança da nuvem

Apesar do resultado ainda aquém do esperado, as empresas veem os investimentos em nuvem como fundamentais para os negócios. Na América Latina, 97% dos entrevistados avaliam que a nuvem é um componente crítico para alcançar suas metas em grau moderado ou alto. As empresas da região têm liderado a adoção de tecnologias de computação em nuvem, junto das empresas da América do Norte. Mais da metade dos entrevistados latino-americanos apontam que 75% do fluxo de trabalho já é feito por meio de sistemas em nuvem.

Outro ponto levantado pelo estudo é que as empresas que mais investem em nuvem são, em geral, as mais satisfeitas com os resultados alcançados até agora. As empresas na faixa mais alta de faturamento (acima de 10 bilhões de dólares anuais) também estão entre as mais satisfeitas.

Entre os maiores benefícios da nuvem apontados na pesquisa estão a velocidade para colocar um produto no mercado (apontado por 40% das empresas pesquisadas), redução de custos (37%), melhores níveis de serviço (37%), a capacidade de implementar novos modelos de negócio (36%) e melhorar a resiliência dos negócios das empresas (33%).

“Estamos vendo uma grande onda de injeção de capital por parte dos provedores de nuvem. Estão trazendo muita inovação e novas plataformas de tecnologia, bem como expandindo suas infraestruturas para comportar essa expectativa de rápida adoção da nuvem”, diz Paulo Ossamu, da Accenture. “E para as empresas, todas veem a possibilidade de se aproveitar desse momento para renovar sua forma de operar seus negócios, num formato mais digital, mais eficiente e mais colaborativo. Dessa forma, enxergamos um aumento significativo dos investimentos em nuvem nos próximos 3 anos.”

 

 

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