Drone: pilotar sob a influência de substâncias deve virar crime nos EUA (foto/Getty Images)
Victor Caputo
Publicado em 8 de janeiro de 2018 às 16h49.
Última atualização em 8 de janeiro de 2018 às 16h50.
Era uma madrugada chuvosa em janeiro de 2015. Um funcionário de uma agência de inteligência do governo norte-americano decidiu aproveitar sua folga com uma ideia curiosa (para dizer o mínimo): encher a cara junto com um amigo e pilotar um drone de 60 cm x 60 cm. Minutos depois da decolagem, o piloto embriagado perdeu o controle da máquina, que caiu nos arredores da Casa Branca.
O incidente não gerou grandes problemas para o bêbado atrapalhado, mas se a artimanha tivesse acontecido três anos depois, em janeiro de 2018, as consequências poderiam ser bem desagradáveis: uma nova lei, já aprovada pelos senadores estaduais (mas que ainda precisa ser votada pela assembleia), prevê uma multa de US$ 1 mil e até seis meses de prisão por pilotar um drone sob o efeito de drogas.
Nova Jersey, porém, não é o único estado preocupado com seus céus – e, consequentemente, a cabeça de seus moradores. Pelo menos 38 estados norte-americanos estão considerando restrições para drones, e todas devem ser votadas ainda em 2018. A preocupação vai além do incidente ocorrido na Casa Branca, que incomoda muito mais as agências de segurança do governo do que cidadãos comuns: em 2017, a venda dos robôs voadores nos Estados Unidos atingiu, pela primeira vez na história, US$ 1 bilhão.
Nove estados já proíbem que drones sobrevoem prisões – Arizona, Louisiana, Nevada, Carolina do Norte, Oregon, Dakota do Sul, Tennessee, Texas e Wisconsin.
Em maio de 2017, depois de alguns anos em deliberação, a ANAC aprovou um regulamento liberando oficialmente o uso de drones no Brasil – até então eles não eram proibidos e tampouco totalmente liberados.
Para ter um drone no Brasil é preciso ter mais de 18 anos e, em caso de máquinas que possam voar acima de 121 metros ou que pesem mais de 25 kg, também se faz necessária uma habilitação específica – mas, como quase 100% das aplicações comerciais dos robôs no país está abaixo disso, a legislação é considerada extremamente flexível.
Equipamentos que pesem mais de 250 gramas e menos de 25 kg precisam ser cadastrados no site da ANAC, enquanto drones com menos de 250 g podem voar sem nenhuma restrição.
Mas, ainda que não exista nenhum tipo de punição ou regulamentação brasileira sobre beber e dronar, aconselhamos, em nome do bom-senso (e de nossa própria segurança), que você evite este tipo de aventura.
Esse texto foi publicado originalmente no site da Superinteressante.