Impacto da pandemia de coronavírus deve ser diferente nas duas empresas de tecnologia
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2020 às 06h28.
Última atualização em 30 de abril de 2020 às 06h51.
As americanas Apple e Amazon divulgam hoje os seus resultados financeiros referentes ao primeiro trimestre de 2020. Os números devem mostrar o impacto da pandemia do novo coronavírus, que levou a uma quarentena global e fechou lojas físicas em diversas cidades, no setor de produtos eletrônicos e no comércio online, respectivamente.
Analistas estimam que a Apple deve registrar um faturamento de 54 bilhões de dólares, uma queda de quase 20% em relação aos 67 bilhões de dólares inicialmente projetados pelo mercado. O motivo é que a pandemia afetou a cadeia produtiva de eletrônicos entre janeiro e março deste ano, assim como as vendas, uma vez que a Apple teve de fechar a maioria das suas lojas físicas. No último trimestre do ano passado, a boa receptividade dos iPhones 11 Pro e as vendas de relógios inteligentes ajudaram a companhia a crescer.
O banco Goldman Sachs não tem uma visão positiva em relação à Apple em 2020 e recomenda a venda de ações devido à fraca demanda pelos produtos da companhia neste ano. O banco estima queda de 36% nas vendas de iPhones. Entre janeiro e março deste ano, a queda no valor das ações da Apple foi de 15%. Em abril, as ações voltaram a subir, mas se mantêm abaixo do valor de 2 de janeiro.
Apesar da expectativa de queda nas vendas de smartphones e computadores, a receita com serviços pode ajudar a Apple a passar pela crise. Com as pessoas passando mais tempo dentro de casa, é possível que a empresa tenha aumento no faturamento com o streaming de vídeos Apple TV+, o streaming de música Apple Music e o serviço de atendimento Apple Care.
No caso da Amazon, a expectativa é de que a empresa informe uma receita entre 69 bilhões de dólares e 73 bilhões de dólares. Com isso, o crescimento anual da companhia seria de 16% a 22%. O aumento das compras na Amazon diminuiu a velocidade de entrega da empresa, mas ela não parou as atividades mesmo durante a quarentena — o que foi alvo de intensas críticas uma vez que trabalhadores de mais de 130 centros de distribuição da varejista contraíram coronavírus. Durante a quarentena, a varejista contratou mais de 175.000 funcionários para atender à crescente demanda de produtos vendidos via internet. E vem sendo cobrada pela
No primeiro trimestre deste ano, as ações da companhia subiram 2,6%, de 1.898 dólares para 1.949 dólares. Em 29 de abril, as ações chegaram 2.370 dólares, mostrando com o coronavírus ajudou no valor de mercado.
O gigante do comércio eletrônico aproveita o momento da quarentena para crescer, como fizeram as empresas de e-commerce Alibaba e JD.com, na China, em 2003, por causa da epidemia da Sars. Atualmente, o Alibaba tem receita de 56 bilhões de dólares ao ano e o JD.com é avaliado em 60 bilhões de dólares.