Tecnologia

Bairros de SP e do Rio vão ganhar sinal 5G da Claro

Operadora vai empregar uma tecnologia que permitirá ligar o 5G nas frequências já usadas para 4G, 3G e 2G

Avenida Paulista: em São Paulo, a cobertura será em parte da região da Avenida Paulista e Jardins (Germano Lüders/Exame)

Avenida Paulista: em São Paulo, a cobertura será em parte da região da Avenida Paulista e Jardins (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de julho de 2020 às 09h40.

Última atualização em 8 de julho de 2020 às 09h43.

A aguardada tecnologia de internet móvel de quinta geração (5G) já tem data e local para estrear no Brasil. Ela será ativada na próxima terça-feira, 14, em São Paulo e no Rio de Janeiro, com a cobertura restrita a alguns bairros. Esta será a primeira rede 5G da América Latina.

Por enquanto, a novidade será uma exclusividade da Claro. A operadora decidiu tomar um "atalho" para ofertar a nova geração de internet antes das suas concorrentes.

A operadora vai empregar uma tecnologia desenvolvida pela Ericsson que permitirá à tele ligar o 5G nas frequências (espécies de “rodovias” por onde trafegam os sinais) já usadas para 4G, 3G e 2G. A mesma estratégia foi adotada recentemente por operadoras que quiseram antecipar a cobertura em países como EUA, Alemanha e Suíça, por exemplo.

A rede, no entanto, não vai desfrutar de outras vantagens do 5G, como a baixa latência (espécie de tempo de reação entre um pacote de dados ser enviado para a rede e retornar ao dispositivo). É um dos fatores mais importantes para a tecnologia, que pode garantir, por exemplo, a segurança de carros sem motorista nas ruas.

Leilão

A expansão do 5G em larga escala e pleno potencial no Brasil ainda depende do leilão das faixas de frequências que será promovido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O certame estava previsto para 2020, mas ficou para 2021, ainda sem data definida. Ali serão leiloadas as faixas específicas por onde o sinal do 5G vai alcançar todo o País, sendo que a principal delas será a de 3.500 Mhz. O leilão está atrasado porque a Anatel ainda estuda como evitar que o 5G "trombe" com o sinal de parabólicas, que também usam a mesma frequência.

"Algumas coisas ainda dificultam a expansão do 5G no Brasil. Daí a importância de evoluir a partir das redes já disponíveis", explica Paulo César Teixeira, presidente da unidade de consumo e empresas da Claro. Nessa operação, a Claro vai usar, inclusive, frequências que pertenciam à Nextel, operadora que foi adquirida no início deste ano. Segundo Teixeira, isso não significa que a empresa não vai participar do leilão.

Bairros

No Rio de Janeiro, a cobertura do 5G começará por Ipanema. Até o fim de setembro, chegará também a Leblon e Lagoa, se expandindo por toda a orla, do Leme até a Barra da Tijuca. Em São Paulo, a cobertura parte da região da Avenida Paulista e Jardins.

A Claro promete que o 5G terá conexões 12 vezes mais velozes que o 4G convencional. Segundo Teixeira, nos testes já foram registrados picos de até 400 megabytes por segundo, valor bem maior que a velocidade média da banda larga no País, na casa dos 50 megabytes por segundo.

Na estreia do 5G, os brasileiros ainda terão que lidar com a pequena disponibilidade de dispositivos compatíveis. Para contornar o problema, a Claro fechou parceria com a Motorola, que lançou na semana passada o Motorola Edge, compatível com a rede. Ele tem tecnologia da Qualcomm e é vendido por aqui a R$ 5 5 mil.

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