O avião experimental Solar Impulse (Divulgação)
Maurício Grego
Publicado em 20 de junho de 2011 às 18h01.
São Paulo — No Salão Aeronáutico de Paris, que acontece nesta semana, uma exótica aeronave com 64 metros de envergadura e quatro silenciosos motores elétricos disputa a atenção do público com os barulhentos helicópteros e jatos. O Solar Impulse, construído para voar grandes distâncias sem queimar nem uma gota de combustível, decola e se mantém em voo usando energia solar.
O Solar Impulse tem a mesma envergadura de um Airbus A340. Mas, enquanto um A340 carregado pode pesar mais de 300 toneladas e levar mais de 400 passageiros, ele pesa apenas 1,6 tonelada. Em sua cabine, há um único assento para o piloto. Construído em fibra de carbono, o avião tem 12.000 células fotovoltaicas que captam a energia solar. Sob as asas, ficam os quatro motores e suas respectivas baterias. Um computador de bordo administra o uso da energia e ajuda no controle da aeronave. Mas obter eletricidade suficiente para voar dessa maneira é um grande desafio. A potência disponível para os motores é de apenas 8 HP. O 14-bis, de Santos Dumont, tinha mais de seis vezes essa potência. Mesmo assim, por ser leve e eficiente, o avião solar consegue subir a 8.500 metros de altitude a 70 km/h.
O Solar Impulse foi construído por uma equipe liderada pelo suíço Bertrand Piccard, conhecido por ter dado a primeira volta ao mundo ininterrupta num balão, em 1999. O grupo trabalha, agora, numa versão ainda maior do avião para, em 2013, tentar dar a volta ao mundo sem escalas usando apenas energia solar. Em Paris, o avião deve fazer voos de demonstração diários se as condições do tempo permitirem.