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Avião que caiu no Mali se desintegrou em uma zona de nove hectares

As primeiras imagens gravadas por um soldado de Burkina Fasso mostram uma extensa área com destroços pequenos espalhados em uma zona muito extensa

Avião (Reuters)

Avião (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2014 às 13h58.

O avião argelino que caiu na quinta-feira em Gossi, no leste do Mali, ficou totalmente desintegrado e seus destroços espalhados em um espaço de nove hectares que são vigiados por 220 militares de França, Mali e Holanda, informaram nesta sexta-feira as autoridades francesas.

Trata-se de uma região de savana, "de 300 por 300 metros", mas de "muito difícil acesso, particularmente em temporada de chuvas", disse em um comparecimento perante a imprensa o ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius.

As primeiras imagens gravadas por um soldado de Burkina Fasso, um dos primeiros a chegar ao lugar, e que foram divulgadas pelo canal "France 2", mostram uma extensa área com destroços pequenos espalhados em uma zona muito extensa.

Segundo a companhia Air Algérie, viajavam no avião 110 passageiros e seis tripulantes espanhóis, e não houve sobreviventes. Contudo, as autoridades francesas, que lideram todas as operações de busca e resgate, disseram que havia 112 passageiros, desses 54 franceses.

O dispositivo militar que controla a segurança no espaço é composto de 120 militares franceses, 60 malineses e 40 holandeses integrantes da Missão da ONU no norte do Mali (Minusma).

Desde esta manhã, a Minusma enviou dois helicópteros de combate Apache ao local para sobrevoar a região e impedir a entrada de qualquer pessoa que possa alterar o cenário do acidente, além de mandar agentes da polícia científica e médicos legistas, segundo informou a missão em Bamaco.

Uma das duas caixas-pretas já foi encontrada e levada imediatamente para Gao, a cidade mais próxima, a 100 quilômetros de Gossi, e supostamente a mais bem equipada da região.

As operações de busca e resgate são lideras, teoricamente, pelo Mali por ser o território do acidente, mas o fato é que são os franceses os que estão levando todo o peso das operações perante a fragilidade das novas autoridades malinesas.

De fato, não está claro quem está a cargo da caixa-preta achada, e o governo argelino, através de seu ministro de Transporte, Amar Ghoul, excluiu implicitamente à França dessa responsabilidade.

De acordo com ele, "a regulamentação a respeito é clara", e a investigação compete ao país onde caíram os destroços (Mali), a transportadora (Argélia) e a construtora do avião (Estados Unidos). Em sua opinião, nenhuma hipótese deve ser excluída.

"Há pistas mais consistentes do que outras, mas só a investigação determinará as causas exatas do acidente", disse em entrevista coletiva prévia Abdelaziz Bouteflika, em representação do presidente da Argélia.

No momento em que desapareceu dos radares, o avião voava a 900 metros de altura, e estava a uma distância de 800 quilômetros dos aeroportos mais próximos em operação, Ouagadougou e Bamaco, já que o de Gao está fechado.

A única certeza que até o momento sobre o acidente é que o avião atravessou uma área de fortes tempestades e que a tripulação informou à torre de controle de Ouagadougou (de onde tinha decolado) sua intenção de mudar de rota exatamente antes que perder o contato.

O ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, deu a entender que os trabalhos de resgate, que poderiam ser longos por conta da extensão da área e o difícil acesso, podem ser alterados por ataques dos remanescentes da Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) ainda presentes na zona, embora o ministro não os tenha citado claramente.

"Não é uma zona de conflito imediato, mas a região de Gao é conhecida por ser uma região insegura devido à presença de certos grupos terroristas. Tomamos todas as medidas para garantir a segurança de nossos homens e das operações", afirmou.

Com relação ao estado do avião, o ministro argelino lembrou que este mesmo aparelho fez o trajeto antes cinco vezes e que em todas as autorizações tinham sido entregues após seu devido exame.

Na mesma linha, a vice-presidente do governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, reafirmou hoje que o avião da companhia espanhola Swiftair tinha passado com sucesso por todas as inspeções e estava em boas condições.

Matriculado no registro de aeronaves espanhol em fevereiro de 2013, ele passou pela revisão anual para prorrogar o certificado de aeronavegabilidade em janeiro deste ano e tinha validade até final de 2014.

 

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