EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h30.
Até seis meses atrás o arquiteto Mario Humberto Guimarães ia a suas obras para fazer vistorias munido de papel, lápis e, em muitos casos, de uma enorme planta com o desenho de todo o projeto. Agora todos esses materiais foram substituídos por um handheld que roda o Autodesk OnSite. Este software permite ao arquiteto ou engenheiro fazer modificações em documentos do AutoCAD utilizando somente um computador de mão. Em outras palavras, o papel, o lápis e até a planta agora são artigos praticamente dispensáveis nas visitas rotineiras de Guimarães.
Com a aplicação é possível visualizar um projeto e fazer anotações importantes com modificações e comentários. Dá para mudar o tamanho de uma porta, trocar a posição de uma janela, aumentar o comprimento de uma parede ou apenas selecionar uma área e fazer uma observação. Tudo utilizando um texto, uma anotação livre, um círculo, um quadrado e outras diferentes marcações já disponíveis no programa. "Além de ser mais fácil de manusear do que uma planta, o handheld evita que informações importantes sejam perdidas. Já cheguei a perder todas as anotações feitas numa vistoria porque perdi o papel onde os dados estavam registrados", lembra Guimarães.
Agora, a segurança das informações está mais garantida. Basta fazer a sincronização normal para que todos os dados sejam transferidos para o desktop. Ou, ainda, acoplar um modem ao handheld e enviar o arquivo por e-mail para outro profissional que está no escritório, por exemplo. O interessante é que as marcações ficam em arquivos separados e não modificam o projeto original. "Com o programa posso criar um histórico de cada uma das revisões realizadas. Assim, dá para rever algum detalhe e eventualmente descobrir a origem de algum erro", diz Guimarães.
Mas se o software não faz as modificações automaticamente, o profissional será obrigado a fazer cada uma das mudanças à mão, como fazia anteriormente, não é verdade? Em termos, responde o country manager da Autodesk no Brasil, Acir Cezar Marteleto. Como no AutoCAD é possível abrir dois documentos numa mesma tela, o arquiteto pode visualizar o arquivo com as modificações ao lado do projeto original e fazer as mudanças mais facilmente. Guimarães afirma que, sem o seu computador de mão, chegava a perder dias inteiros fazendo correções e mudanças nos desenhos do AutoCAD. Agora, diz, faz tudo em poucas horas.
Para poder utilizar o Autodesk OnSite é necessário ter um handheld que rode Windows CE, Pocket PC ou H/PC Pro. O Palm OS não é compatível com a tecnologia. Também é necessário ter pelo menos 16 MB de memória. Guimarães utiliza o software em seu Cassiopeia E-100, colorido e com 64 bits.
Apesar de toda inovação e das vantagens que o pequeno aparelhinho pode trazer, não são todos os profissionais que já se renderam à nova tecnologia. Prova disso é que o número de usuários que se dispôs a pagar cerca de 250 dólares pelo Autodesk OnSite é de apenas 60 em todo o país.
Ciao AutoCAD?
Antes que alguém pense em aposentar o bom e velho AutoCAD é bom lembrar que o intuito do Autodesk OnSite não é ficar no lugar dele. Até porque a versão para handheld não permite a criação de desenhos e novos projetos. Para iniciar um trabalho é necessário utilizar a versão para desktop. Além disso, basta olhar a pequena tela do aparelho para saber que a visualização mais completa e ampla de um projeto é totalmente impossível no AutoCAD de bolso.
Pontos para o handheld
Utilizar o computador de mão em vez de lápis, papel e borracha traz vantagens óbvias aos usuários:
Mobilidade - Um computador de mão é cerca de 83 vezes menor que uma planta e ainda cabe no bolso, podendo ser levado sem esforço para qualquer lugar.
Agilidade - O trabalho com as anotações em papel pode demorar um dia inteiro, mas com o Autodesk OnSite não passa de poucas horas.
Produtividade - Conseguindo fazer as modificações mais rapidamente, dá para o arquiteto visitar mais obras em menos tempo.