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Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.
Viena - O presidente da Áustria, Heinz Fischer, afirmou que não houve nenhum tipo de controle ou inspeção do avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, para comprovar se o ex-analista da CIA Edward Snowden estava a bordo durante a escala que a aeronave fez em Viena na terça-feira passada.
Em entrevista publicada neste sábado pelo jornal austríaco "Kurier", Fischer explica que Morales optou por aterrissar em Viena ao comprovar que vários países europeus tinham proibido o avião presidencial atravessar seus espaços aéreos com a suspeita de que Snowden, procurado pelos EUA, pudesse viajar de carona.
"Fiquei perplexo ao descobrir, quando já estava perto da fronteira com a França, que o sobrevoo havia sido proibido por alguns países europeus", relata o chefe de Estado austríaco.
Fischer, que reconhece na entrevista não ter conhecimento de que já tenha acontecido uma situação parecida, se dirigiu na quarta-feira de manhã para o aeroporto de Viena para se reunir com Morales.
Quanto a se o avião presidencial foi revistado para certificar que Snowden não estava nele, Fischer explica que, segundo sua informação, confirmada por Morales, o avião pediu permissão para aterrissar com urgência em Viena aparentando problemas técnicos.
Diante dessa situação, um funcionário do aeroporto vienense foi ao avião para consultar com o piloto a natureza do problema e constatou que a aeronave estava vazia.
"Ele não olhou sob os assentos. Não houve uma revista formal, mas não havia mais pessoas a bordo", relata o presidente austríaco.
Por isso, insiste em que não houve uma inspeção "em sentido técnico" e lembrou que um controle assim não seria legalmente possível.
Durante sua estadia de 13 horas em Viena, Morales denunciou que o embaixador da Espanha na Áustria havia lhe pedido para embarcar no avião, o que o presidente boliviano definiu como uma tentativa de controlar a aeronave oficial.
A situação, criada pela escala obrigatória, estremeceu as relações entre Espanha e outros países europeus com a Bolívia, já que La Paz entendeu que o incidente foi uma afronta ao chefe de Estado.