Tecnologia

Austrália quer ampliar colaboração em pesquisa com o Brasil

Bioenergia, engenharia e mudanças climáticas são algumas das áreas de interesse das universidades australianas

Universidades possuem larga experiência na realização de projetos em cooperação com o setor industrial (Gutemberg Brito/Instituto Oswaldo Cruz)

Universidades possuem larga experiência na realização de projetos em cooperação com o setor industrial (Gutemberg Brito/Instituto Oswaldo Cruz)

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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2012 às 08h38.

São Paulo - A FAPESP recebeu a visita de uma delegação da Australian Network of Universities (ATN), no dia 8 de maio, para discutir a possibilidade de realização de acordos de cooperação em pesquisa entre as duas instituições.

A ATN é composta por cinco universidades: RMIT University, em Melbourne, University of Technology Sydney, Queensland University of Technology, em Brisbane, University of South Australia, em Adelaide, e Curtin University, em Perth.

De acordo com a ATN, juntas as cinco universidades tecnológicas somam cerca de 20% dos estudantes de graduação da Austrália. É o grupo de universidades com o mais rápido crescimento em pesquisa no país.

Só nos últimos sete anos, as cinco universidades aumentaram em 50% o número de doutores formados e de publicação de artigos científicos, resultados de projetos realizados por seus pesquisadores. Agora, o objetivo é ampliar a colaboração internacional em pesquisa.

“Temos acordos de cooperação em pesquisa com países da Europa e com a China e estamos prospectando oportunidades de novas parcerias com instituições de pesquisa de países com economia dinâmica, como o Brasil”, disse Vick Thomson, diretora executiva da ATN, à Agência FAPESP.

Bioenergia, engenharia e mudanças climáticas são algumas das áreas de interesse da ATN para a realização de um eventual acordo de cooperação com universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo, por intermédio da FAPESP, segundo Thomson.


“As universidades que integram a ATN têm muitas similaridades em termos de áreas de interesse comum de pesquisa com as universidades e institutos de pesquisa de São Paulo. Podemos complementar nossas experiências”, avaliou.

Algumas das áreas de especialidade do grupo de universidades australianas são mineração e energia, medicina, química e engenharia, nas quais possuem larga experiência na realização de projetos em cooperação com o setor industrial.

Thomson falou sobre os Centros de Pesquisa Cooperativa (CRCs, na sigla em inglês) existentes na Austrália, que reúnem cientistas atuantes em universidades e indústrias do país. Nesses centros, cientistas das cinco universidades realizam projetos de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e inovações para empresas de setores como o automotivo, de mineração e aviação.

A ATN também criou recentemente um centro de treinamento de doutores em matemática e estatística, que visa treinar estudantes de doutorado nas duas áreas para realizar projetos em parceria com a indústria, solucionando problemas tecnológicos e aprimorando habilidades profissionais para atuação no setor industrial.

“Essas universidades mais voltadas à tecnologia têm grande experiência na transferência do conhecimento e na interação com empresas, que são características muito importantes para a criação de um ambiente tecnológico em uma região”, disse José Arana Varela, diretor-presidente da FAPESP.


“Nós já estamos aprendendo e evoluímos bastante nesta questão – de transferência do conhecimento para empresas. Mas, evidentemente, as relações internacionais são importantes para conhecer os vários sistemas que existem no mundo para aprimorarmos o nosso. E enxergamos uma grande possibilidade de parceria em pesquisa com a Austrália”, avaliou.

Durante o encontro, Varela fez uma apresentação sobre a FAPESP e alguns de seus principais programas, como o Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais, o BIOTA-FAPESP e o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia.

A delegação australiana foi recebida por Varela, Marie-Anne Van Sluys, membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), e Patrícia Brant Monteiro, diretora da área de Ciências Biológicas e Agrárias da FAPESP.

Além de Thomson, integraram a comitiva australiana Daine Alcorn, pró-reitora e vice-presidente de pesquisa e inovação da RMIT University, Arun Sharma, pró-reitor de pesquisa da Queensland University of Technology, e Nicky Solomon, decana da University of Technology Sidney.

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