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Aumenta a taxa de investimentos das empresas em TI no Brasil

Médias e grandes empresas destinaram uma maior porcentagem de seu faturamento para gastos com tecnologia da informação no ano passado

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h32.

A tecnologia da informação (TI) está deixando, cada vez mais, de ser um assunto restrito às áreas de suporte técnico para se integrar como ferramenta estratégica nos negócios das empresas. Com isso, as companhias vêm elevando os investimentos na área, de acordo com uma pesquisa sobre administração de recursos de informática, divulgada nesta quarta-feira (30/03) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No ano passado, as empresas brasileiras destinaram 5,1% de sua receita líquida para gastos com TI. A taxa indica um avanço em relação a 2003, quando ficou em 4,9%.

A pesquisa, realizada há 16 anos, avaliou 1 600 empresas, com ênfase nas médias e grandes. Para o coordenador do trabalho, Fernando Meirelles, os resultados mostram um amadurecimento das companhias brasileira. "Muitos não imaginavam que o Brasil pudesse investir tanto em TI nos últimos anos", afirma.

Nos últimos 16 anos (período coberto pela pesquisa), os gastos com esse setor cresceram, em média, 9% ao ano. Em 1998, as companhias destinavam apenas 1,3% de seu faturamento líquido para TI. Entre 1990 e 1998, os investimentos subiram com mais intensidade, a um ritmo de 10% ao ano. De 2000 a 2004, porém, houve uma desaceleração e a taxa de crescimento baixou para 4% ao ano.

De acordo com Meirelles, isso não significa que as companhias brasileiras deixaram de destinar recursos para informática. Para o professor da FGV, é natural que, após uma expansão inicial forte, os indicadores de gastos com TI tendam a se estabilizar em um ritmo mais ameno. "Isso mostra um amadurecimento do processo de informatização. O crescimento é menor, mas positivo e consistente", diz.

Setores

Desde que a pesquisa começou a ser elaborada, o setor de serviços lidera os gastos com TI. No ano passado, as empresas desse ramo destinaram, em média, 7,4% de seu faturamento para investir em informática, contra 7,3% no ano retrasado. Segundo Meirelles, o setor de serviços é puxado pelos bancos. Em 2004, por exemplo, as instituições bancárias destinaram 10,8% de sua receita para TI.

Já a indústria e o comércio ficaram abaixo da média nacional de 5,1%. As indústria investiram 3,3% de sua receita para TI e o comércio, 2,3%. Os resultados indicam estabilidade em relação a 2003, quando as taxas foram de 3,2% e 2,2%, respectivamente.

Apesar de crescente, os gastos das empresas brasileiras com TI ainda estão abaixo da média dos países desenvolvidos. De acordo com a FGV, em 2000 (últimos dados disponíveis), as corporações americanas destinavam 8% de sua receita líquida para TI, contra 5% na Europa e 4% no Brasil.

Paradoxo

O avanço da informatização está gerando um paradoxo para as empresas, de acordo com a pesquisa da FGV. À medida em que a porcentagem de receitas investidas em TI cresce, os custos anuais por usuário (CAPU) caem. Desde 1998, os gastos crescem a uma taxa anual de 9%. Em contrapartida, o CAPU caiu 8% ao ano. No ano passado, esse custo por usuário somaram 8 900 dólares, contra 14 000 há 16 anos.

De acordo com Meirelles, os especialistas não têm uma explicação clara dos motivos desse paradoxo. Uma possibilidade é que está em curso uma mudança estrutural nas corporações. Essa mudança estaria elevando a necessidade de gastos com TI, já que esse setor está cada vez mais atrelado a outras atividades da empresa.

Das 1 600 empresas entrevistadas, 23% utilizam a tecnologia SAP como sistema integrado de gestão (ERP). Em seguida, vêm a Datasul (16%), Microsiga (14%), Oracle (8%), SSA (7%), Peoplesoft (7%), RM (7%), e outros (18%). Para Meirelles, as recentes movimentações nesse mercado, como a incorporação da Logocenter pela Microsiga e a aquisição da Peoplesoft pela a Oracle devem alterar essas participações, mas a liderança continuará com a SAP.

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