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Ativistas do WikiLeaks querem impedir EUA de verem registros

As autoridades dos EUA estão investigando a publicação, iniciada no ano passado, de centenas de milhares de comunicações diplomáticas

Casa Branca alega que informações publicadas no site ainda são confidenciais (Reprodução/WikiLeaks)

Casa Branca alega que informações publicadas no site ainda são confidenciais (Reprodução/WikiLeaks)

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2011 às 21h54.

Washington - Dois importantes ativistas ligados ao WikiLeaks na Holanda e na Islândia estão consultando advogados dos EUA a respeito de maneiras para impedir que o Departamento de Justiça norte-americano tenha acesso a seus registros no Twitter, como parte de uma investigação sobre o vazamento de documentos diplomáticos secretos.

O ativista holandês Rop Gonggrijp, que trabalhou com o WikiLeaks no ano passado, disse que ele e a parlamentar islandesa Birgitta Jonsdottir querem revogar uma ordem judicial dos EUA, datada de 14 de dezembro, que obriga o Twitter a entregar a promotores norte-americanos os registros sobre a atividade deles no site.

As autoridades dos EUA estão investigando a publicação, iniciada no ano passado, de centenas de milhares de comunicações diplomáticas norte-americanas obtidas pelo site WikiLeaks, fundado pelo australiano Julian Assange.

A ordem judicial determina que o Twitter deve entregar a promotores federais da Virgínia todos os registros de contas criadas na rede social a partir de 1o de novembro de 2009 por Gonggrijp, Jonsdottir, Assange e Bradley Manning, um ex-analista de inteligência do Exército dos EUA, suspeito de ter obtido e entregue os documentos sigilosos.

Procurado pela Reuters, Gonggrijp disse que ficou sabendo da intenção do governo norte-americano de obter seu histórico do Twitter por meio de um e-mail enviado em 7 de janeiro pela administração do site.

Nessa mensagem, o Twitter dizia que iria atender à ordem em dez dias, caso não houvesse nenhuma outra decisão judicial ou ordem governamental em contrário.

Aden Fine, advogado da União Americana das Liberdades Civis, que está examinando a medida judicial, disse que o email do Twitter sugeria que o site ainda não havia entregado nenhuma informação aos promotores.

Mark Stephens, advogado britânico que trabalha para Assange, disse à Reuters que aparentemente nem Assange nem o WikiLeaks foram notificados pelo Twitter de que as autoridades dos EUA estavam solicitando seus registros.

No fim de semana, Jonsdottir escreveu no microblog que está buscando assessoria jurídica e que havia conversado com o ministro islandês da Justiça sobre o assunto.

E, em mensagens na segunda-feira pelo Twitter, ela disse que "o governo dos EUA está tentando criminalizar as denúncias e a publicação de material de denúncias." A parlamentar não foi localizada para comentar.

Funcionários do Twitter disseram que não iriam se pronunciar.

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