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Ataque a bolsa de criptomoedas rouba mais de R$ 1 bilhão

Uma das maiores bolsas de criptomoedas do Japão afirmou que cerca de US$ 400 milhões em tokens se perderam

Criptomoedas: mais de um bilhão de reais em moedas virtuais sumiram (traviswolfe/Thinkstock)

Criptomoedas: mais de um bilhão de reais em moedas virtuais sumiram (traviswolfe/Thinkstock)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 17h02.

Última atualização em 28 de janeiro de 2018 às 12h58.

Uma das maiores bolsas de criptomoedas do Japão afirmou que cerca de US$ 400 milhões em tokens NEM se perderam depois que as moedas foram retiradas “ilicitamente” das instalações, assustando os investidores de um país ainda cauteloso em relação às bolsas de tokens digitais quatro anos após o colapso da Mt. Gox.

Após horas de especulações, Yusuke Otsuka, cofundador da Coincheck, informou em uma entrevista coletiva à noite na Bolsa de Valores de Tóquio que a companhia não sabia que os 500 milhões de tokens haviam desaparecido, mas a firma está empenhada em garantir a segurança de todos os ativos dos clientes. A Coincheck havia anunciado anteriormente a suspensão de todos os saques, a paralisação das negociações de todos os tokens, com exceção do bitcoin, e a interrupção dos depósitos em moedas NEM.

“Estamos analisando os fatos em torno da Coincheck”, afirmou a Agência de Serviços Financeiros do Japão em comunicado. Este desaparecimento provavelmente é uma das maiores perdas ou roubos de ativos de investidores desde o advento das moedas digitais, com o lançamento do bitcoin em 2009.

A NEM, 10ª maior criptomoeda em valor de mercado, caía 7,5 por cento no período às 11h28 em Nova York, para US$ 0,86, segundo o Coinmarketcap.com. O bitcoin registrava uma queda de menos de 1 por cento, e o ripple recuava 5 por cento, de acordo com os preços disponíveis na Bloomberg.

No Japão, um dos maiores mercados de criptomoedas do mundo, as autoridades lançaram um sistema de licenciamento para ampliar a supervisão dos negócios locais a fim de evitar a repetição do colapso da bolsa Mt. Gox, que sacudiu os mercados de criptomoedas em todo o mundo em 2014. Naquele momento, o roubo de bitcoin foi estimado em cerca de US$ 450 milhões, embora esse número tenha sido modificado posteriormente.

As bolsas de criptomoedas, das quais muitas operam com pouca ou nenhuma regulação, sofreram uma série de interrupções e cortes em meio à explosão do trading que empurrou o bitcoin e seus pares a altas recorde no ano passado.

Assim como o bitcoin, a NEM é uma criptomoeda construída com base no blockchain, mas que usa um método mais ecológico para confirmar as transações, segundo seu website. A mineração de bitcoin exige um poder de computação significativo, diferentemente da NEM, segundo a própria.

Fundada em 2012, a Coincheck contava com 71 funcionários em julho e tem sede no distrito de Shibuya, uma área popular de Tóquio entre as startups, inclusive da Mt. Gox, segundo o website da Coincheck. No ano passado, começou a exibir comerciais nas emissoras de televisão do país apresentados pelo popular comediante local Tetsuro Degawa.

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