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Asus e Motorola dão boas vindas à Xiaomi no competitivo mercado de smartphones

Para combater Apple chinesa, concorrentes apostam em vantagem de ter chegado primeiro ao Brasil

Xiaomi (Getty Images)

Xiaomi (Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 7 de julho de 2015 às 14h46.

Nesta semana a Xiaomi lançou o smartphone intermediário Redmi 2 no Brasil, com preço sugerido de 500 reais. A missão da empresa com esse produto é “colocar mais gente para dentro”, como define o vice-presidente Hugo Barra, responsável pela expansão internacional da marca. No entanto, essa meta faz a companhia bater de frente com duas fabricantes que já oferecem smartphones para o mesmo segmento de mercado: a Asus e a Motorola.

No segundo semestre de 2013, a Motorola lançou o primeiro Moto G, um aparelho que tinha configuração de hardware parecida com a do Galaxy S4 mini, da Samsung, e custava metade do preço: 650 reais. O sucessor veio menos de um ano mais tarde: o Moto G segunda geração chegou ao mercado com o mesmo chipset do anterior, um Snapdragon 400 de 1,2 GHz, mas com uma tela maior, de 5 polegadas (HD), uma câmera que fotografava com mais resolução (8 MP) e um receptor de TV digital (1-seg). O preço, entretanto, aumentou e começa atualmente em 700 reais.

No final do ano passado, foi a vez da Asus oferecer um aparelho concorrente na mesma faixa de preço: o Zenfone 5. O smartphone adota um processador Intel Atom dual-core, tem 2 GB de RAM (o dobro do Moto G), tela HD de 5 polegadas e câmera de 8 MP com recursos de software que fazem falta ao dispositivo da Motorola. O valor do aparelho, assim como o do Moto G, é de 700 reais.

No dia do anúncio do lançamento do Redmi 2, a Asus lançou uma promoção chamada “Chega de mimimi”, uma referência direta ao apelido da Xiaomi, Mi. Nesta ação, a empresa diz ter vendido 1 mil unidades do Zenfone 5, que vinha com a Flip Cover de 150 reais, por 490 reais, 10 a menos do que o preço do Redmi 2, que só começaria a ser vendido cinco dias depois. No Brasil desde 2008, a Asus informou que já aprendeu muito sobre a produção local e que agora “conseguimos ter um produto com um excelente custo benefício e também fazer uma promoção pontual como a Chega de Mimimi”.

Procuradas pela INFO, nem a Asus nem a Motorola se mostraram preocupadas com a chegada da Mi no país, apesar da reação em forma de promoção da Asus.

A Motorola aposta no seu pioneirismo no segmento de smartphones intermediários de custo reduzido para lidar com a chegada da Xiaomi com um produto mais barato do que o Moto G e até mesmo que o Moto E.

“A Motorola Mobility do Brasil reforça que foi a primeira fabricante a adotar a estratégia de oferecer smartphones de qualidade e com excelente custo-benefício no país, acompanhada por suporte técnico com cobertura nacional, de um portfólio completo e com preço justo para todas as gamas. A empresa acredita que está na direção correta e vai manter sua estratégia”, informou a marca, em nota oficial.

Já a Asus põe suas fichas no que aprendeu no Brasil nos últimos sete anos.

“O país possui diversas peculiaridades para o mercado de tecnologia, sejam burocráticos ou de consumidores. A chegada de um novo player é interessante por movimentar o mercado e possibilitar que o consumidor tenha cada vez mais escolhas e gera na Asus um movimento para entender esse novo momento do mercado. Ainda é cedo para entender qual será o espaço que a Xiaomi ocupará”, disse Marcel Campos, diretor de maketing e produtos da Asus Brasil, ressaltando que a companhia “ocupa um espaço interessante em um curto período de tempo, principalmente com jovens e outros que estão dispostos a inovar em novas marcas.”

A Xiaomi não revelou qual é a sua meta de vendas em 2015, mas o primeiro lote do Redmi 2 se esgotou em poucas horas nesta terça-feira, apesar dos problemas enfrentados pelos consumidores e relatados na página da empresa no Facebook. A fabricante informou ter sofrido com o grande fluxo simultâneo de internautas.

Como consequência, finalizar a compra foi inviável, mesmo após diversas tentativas, conforme relatos na fanpage da marca. Uma nova remessa de Redmi 2 será vendida em 14 de julho e as reservas podem ser feitas no site oficial da companhia, a partir das 18h de hoje.

[Review: Xiaomi Redmi 2]

A empresa não divulgou um balanço até o momento, mas, ao mesmo pelo ponto de vista da infraestrutura de TI, o lançamento excedeu a expectativa de vendas.

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