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Assange: China é o principal inimigo tecnológico do WikiLeaks

Segundo o fundador do site que publica documentos secretos, chineses são os que mais praticam a censura a fontes de informação

Assange garantiu que, se algo acontecer a ele, publicará diversos documentos guardados (Espen Moe/Wikimedia Commons)

Assange garantiu que, se algo acontecer a ele, publicará diversos documentos guardados (Espen Moe/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2011 às 09h28.

Londres - China é o maior inimigo tecnológico do site WikiLeaks e não os Estados Unidos, declarou seu fundador Julian Assange, que garantiu que o gigante asiático é o país que mais pratica a censura das fontes de informação.

"A China tem uma tecnologia agressiva e complexa de intercepção imposta ao leitor dentro do país e às fontes de informação de fora", explicou Assange em declarações à revista britânica "New Statesman".

Segundo Assange, o site WikiLeaks "leva muito tempo lutando para conseguir que suas informações cheguem (à China)".

Assange, que está em prisão preventiva no Reino Unido à espera da decisão sobre sua extradição solicitada pela Suécia por supostos delitos sexuais cometidos no país, critica, além disso, as tentativas do Ministério da Justiça dos EUA de montar uma acusação legal contra ele e outras pessoas.

O Governo americano "se sentiu envergonhado pelas revelações sobre sua política externa e está buscando denúncias infundadas", acusou o fundador de WikiLeaks, que garantiu que se algo acontecer com ele, irá publicar diversos documentos guardados.

Assange não revela o conteúdo desses arquivos, mas afirma que incluem 504 documentos diplomáticos da embaixada dos EUA sobre uma determinada emissora assim como documentos em torno do magnata australiano Rupert Murdoch e seu grupo News Corp, dos jornais britânicos "The Times" e "The Sun", entre outros.


Sobre Bradley Manning, o soldado americano acusado de ter filtrado documentos diplomáticos do país para o site WikiLeaks, Assange diz que nunca ouviu falar dele e diz que Washington usou o militar para montar seu caso contra ele.

"O objetivo é obrigar que ele confesse que conspirou comigo para pôr em perigo a segurança nacional dos Estados Unidos", criticou Assange, que rejeita as acusações.

"A tecnologia do WikiLeaks foi projetada desde o início para assegurar a identidade das pessoas por trás do material. Não é possível rastrear nem censurar o conteúdo. É a única forma de garantir a proteção de nossas fontes", explica.

De acordo com o fundador do WikiLeaks, as tentativas do Governo dos EUA de processá-lo deveriam preocupar também os meios de comunicação tradicionais.

"Se aconteceu comigo, pode acontecer com eles", diz Assange. "Inclusive o New York Times (um dos jornais que publicaram os documentos do WikiLeaks) está preocupado", completou.

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