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As tecnologias que a Apple comprou em 2018

Veja quais foram as aquisições da empresa ao longo do ano e o que elas fazem

 (Reprodução/Getty Images)

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Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 29 de dezembro de 2018 às 05h55.

Última atualização em 29 de dezembro de 2018 às 05h55.

São Paulo – A Apple teve um ano cheio em 2018. Além de ter sido a primeira empresa a valer 1 trilhão de dólares, ela apresentou novos iPhones com câmeras melhores, um iPad Pro superior à maioria dos notebooks do mercado e ainda teve tempo de alfinetar o Facebook, que descuidou da privacidade dos seus usuários neste ano. Para continuar a crescer, a empresa também não perdeu tempo ao se deparar com oportunidades de negócios e comprou tecnologias importantes para suas áreas de software, hardware e serviços. Separamos as principais aquisições da companhia. Confira a seguir.

Spektral

Spekral é uma empresa dinamarquesa que faz algo que a Apple promove no software e no hardware de seus iPhones: destacar pessoas do cenário de fundo nas fotos. Sua tecnologia pode ser usada para melhorar essa habilidade nos smartphones da empresa, bem como em seus programas de edição de imagens. Apesar de comprada no fim de dezembro do ano passado, por um valor não confirmado de 30 milhões de dólares, as notícias sobre o caso vieram à tona somente em 2018.

Shazam

Você se lembra do Shazam, aquele aplicativo que ouve e reconhece músicas para que você saiba quem está cantando e qual é exatamente o nome da canção?
Pois é, ele foi comprado pela Apple já um bom tempo, lá em 2017, mas o acordo só foi efetivamente fechado em setembro deste ano.

A empresa já usa a tecnologia na sua assistente pessoal Siri, mas ela pode ir parar em outras funções do iOS ou mesmo do OS X. Uma boa notícia para os detratores da publicidade é que os anúncios no app não são mais exibidos.

Texture

Em uma declaração de amor pelo jornalismo de qualidade, feito com fontes confiáveis, a Apple comprou a Texture, uma empresa que possui um aplicativo de distribuição de revistas com foco no bom design. A tecnologia da empresa, que agora só funciona nos sistemas da Apple, deve ser integrada ao Apple News. Fontes não oficiais da mídia americana indicam que a companhia deve lançar um serviço de assinatura de revistas em 2019.

Buddybuid

Comprada em janeiro, a empresa fornece uma plataforma para desenvolvedores de aplicativos que tem ferramentas para implementação e integração de código para dispositivos com sistema iOS, ou seja, iPhones e iPads.

A plataforma conta ainda com um recurso de feedback para que os desenvolvedores possam se expressar e obter os ajustes necessários. Com isso, a tecnologia foi integrada ao Xcode, da Apple.

Silk Labs

Essa empresa fundada por ex-funcionários da Mozilla é bem interessante. Ela se dedica a criar programas que usam inteligência artificial, com foco na privacidade, que podem ser executados em aparelhos eletrônicos simples, como câmeras.

Além de levar inovação por meio do software, reduzindo custos de hardware eventualmente atrelados, a tecnologia ainda se alinha ao idealismo da Apple em relação à privacidade.

Neste ano, a empresa, por exemplo, chegou a trocar farpas com o Facebook, que teve um ano complicado em termos de manutenção de privacidade de seus usuários.

Platoon

Você pode não se lembrar, mas a Apple é uma grande potência quando o assunto é mídia digital. Ela é a criadora do iPod, que, junto à loja iTunes, mudou o consumo de música online no começo dos anos 2000.

Como essa loja virtual ainda é parte importante do campo de serviços da Apple, a companhia comprou a Platoon, uma plataforma de descoberta de artistas independentes.

A ideia é que a tecnologia da empresa ajude a encontrar novos grandes nomes da música. Em seus serviços atuais, além do iTunes, a Apple poderia integrar sua tecnologia ao Apple Music, seu serviço rival do Spotify. Coincidência ou não, a Platoon foi cofundada por um ex-funcionário da divisão do iTunes, que trabalhou 15 anos na Apple. Seu nome é Denzyl Feigelson.

Dialog

A Dialog foi fornecedora de semicondutores para a Apple por vários anos, até que a empresa resolveu compra-la em 2018. O valor pago por ela foi de 300 milhões de dólares no ato e mais 300 milhões de dólares dentro de três anos.

Cerca de 300 funcionários da Dialog foram integrados à divisão de hardware da Apple. Vale notar que o acordo ainda está sujeito à aprovação por órgãos regulatórios.

Akonia Holographics

A tecnologia dessa empresa é para a criação de lentes para óculos de realidade aumentada, algo que a Apple tem explorado no iOS para iPhones e iPads, especialmente com o ARKit, um conjunto de ferramentas para desenvolvedores criarem aplicativos que misturam o mundo real com o virtual, como o Army of Robots e o Colorfy.

A Akonia Holographics concentra seus esforços em óculos finos e transparentes que podem exibir cores vibrantes e com amplo espectro. A aplicação da tecnologia da empresa ainda não é conhecida, apesar de previsões de analistas de mercado sobre o lançamento de um dispositivo dedicado à realidade aumentada, ao estilo do Google Glass.

Vale lembrar que, em 2013, a Apple comprou a firma israelense PrimeSense, que fazia sensores tridimensionais e, em 2017, lançou a tecnologia Face ID, integrada a um sensor de reconhecimento facial, para desbloqueio de iPhones com o rosto do usuário.

Apesar de algumas aquisições terem aplicações--aparentemente--claras na estratégia da empresa, a Apple ainda pode usar suas novas tecnologias de forma diferente. A empresa, que enfrenta números mais baixos de vendas de iPhones, deve focar em serviços para continuar a crescer, de acordo com analistas consultados pela Revista EXAME. Mais novidades vêm aí, no ano de 2019.

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