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As estrelas-do-mar estão se desintegrando com o aquecimento

Estudos relacionam aumento da temperatura das águas a uma doença que faz com que os corpos das criaturas marinhas ''se liquefaçam lentamente"

Perdas: milhares de estrelas-do-mar mortas na praia de Budleigh Salterton, em Devon, na Inglaterra. (Matt Cardy/Getty Images)

Perdas: milhares de estrelas-do-mar mortas na praia de Budleigh Salterton, em Devon, na Inglaterra. (Matt Cardy/Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 20 de fevereiro de 2016 às 06h20.

São Paulo - Um grupo de pesquisadores universitários culpa o aquecimento global pela desintegração de populações inteiras de estrelas-do-mar e de lagostas no oceano Pacífico e no Atlântico.

Em uma série de artigos publicados em edição especial do periódico científico Proceedings of the Royal Society B, os cientistas dizem que o aumento da temperatura das águas do mar está levando várias espécies de estrelas-do-mar a sucumbir a uma doença que eles acreditam que seja fatal.

Segundo eles, a doença debilitante faz com que os corpos das criaturas marinhas ''se liquefaçam lentamente" e já infectou mais de 20 espécies, devastando até mesmo populações inteiras desde 2013.

Uma delas, a grande estrela-do-mar-girassol, desapareceu do noroeste do Pacífico, enquanto outra espécie, a estrela-do-mar ocre, parece seguir o mesmo fim trágico.

Morgan E. Eisenlord, biólogo evolutivo na Universidade de Cornell, conduziu um estudo sobre o problema em 16 áreas da costa do estado de Washington, além de testes em laboratório, que comprovaram a relação entre o aquecimento das águas e o aumento de doenças que afligem as criaturas do mar.

Outro estudo publicado no mesmo periódico científico sugere que as lagostas também são vulneráveis à sina semelhante, que afeta suas conchas e faz suas armaduras se deteriorarem. A diferença é que, nelas, a doença é causada por uma bactéria que se reproduz a uma taxa muito mais rápida em águas mais quentes.

A síndrome foi observada pela primeira vez na década de 1990 ao largo da costa da Nova Inglaterra, e se espalhou substancialmente nos últimos anos, coincidindo com picos de temperaturas no oceano.

Os cientistas dizem que não há cura para essas doenças, mas os trabalhos futuros deverão investigar se os sobreviventes podem ter alguma resistência natural à doença que possa ser explorada.

Vários estudos climáticos têm demonstrado que os oceanos estão se aquecendo. Para agravar, 30 por cento das emissões de carbono liberadas na atmosfera são absorvidas pelo mar, que funciona como uma grande sumidouro. Este processo leva à acidificação das águas, um problema crescente que ameaça a sobrevivência de recifes de corais, animais com conchas e outros organismos marinhos. 

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