Camboja: cidades medievais estavam nas selvas do país e foram encontradas com auxílio de laser (Cambodian Archaeological Lidar Initiative)
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2016 às 18h54.
São Paulo – Pesquisadores encontraram cidades medievais escondidas dentro das selvas do Camboja, na Ásia. A descoberta não foi feita ao velho estilo explorador, com um facão na mão e botas de caminhada. As cidades foram encontradas graças ao uso de tecnologia de ponta que usou a emissão de lasers a partir de helicópteros.
As cidades têm entre 900 e 1.400 anos de idade e uma certa estrutura—como sistemas elaborados de fornecimento de água muito desenvolvidos para a época. Elas não ficam distantes do monumento histórico Angkor Wat, que fica a 5,5 quilômetros da cidade de Siem Reap. As informações foram publicadas com exclusividade pelo jornal inglês The Guardian.
A descoberta deve mudar bastante a percepção que historiadores têm do Camboja e de parte da Ásia. Especialistas consultados pelo jornal britânico afirmam que os novos dados mostram que as cidades eram densamente povoadas e bastante desenvolvidas. Com isso, o Império Khmer, que reinava na região, deve ter sido o maior do planeta durante seu pico, que foi por volta do século XII.
Os dados foram colhidos usando uma tecnologia chamada Lidar, que usa laser para analisar cenários, superfícies ou territórios (como foi o caso desta pesquisa). A pesquisa foi feita em 2015 e foi a mais extensa colheita de dados feita de forma aérea por uma pesquisa arqueológica. A área de trabalho dos pesquisadores foi de 1.901 quilômetros quadrados.
“Nós descobrimos cidades inteiras sob a selva que ninguém sequer sabia que existiam”, disse ao Guardian o doutor Damian Evans, líder da pesquisa. De acordo com o Guardian, especialistas acreditam que esta seja a maior descoberta arqueológica das últimas décadas.
Michael Coe, professor emérito de antropologia da Universidade de Yale e especialista no império Khmer, disse que a descoberta é um avanço enorme. “A pesquisa marca o maior avanço dos últimos 50 ou 100 anos sobre a civilização angkoriana”, afirmou ao jornal.