Tecnologia

Apple deve encerrar parceria para o uso de processadores da Intel

Com o fim do acordo, próxima geração de MacBooks e iMacs deve contar com os chips de processamento produzidos pela própria Apple

Apple: empresa prepara novos chips para seus computadores (MacFormat Magazine / Colaborador/Getty Images)

Apple: empresa prepara novos chips para seus computadores (MacFormat Magazine / Colaborador/Getty Images)

RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 9 de junho de 2020 às 16h19.

Última atualização em 9 de junho de 2020 às 16h37.

Depois de anos de rumores, a Apple pode finalmente anunciar o fim de uma parceria com a Intel para o fornecimento de chips de processamento para os computadores da empresa da maçã. Fontes ouvidas pela Bloomberg afirmam que o anúncio será feito já no próximo dia 22, durante a edição 2020 do WWDC, evento anual da empresa voltado para desenvolvedores.

O plano é substituir os processadores da Intel pelos próprios chips da maçã, utilizados já em iPhones e iPads. A expectativa é que os computadores fabricados pela gigante de Cupertino em 2021 já contem com as novas peças.

A notícia da expectativa de um ponto final na parceria entre as duas companhias gerou impactos no mercado. Até o momento desta publicação, as ações da Apple tinham subido mais de 3,5% no pregão desta terça-feira, 9, enquanto a Intel operava com baixa de pouco mais de 1%.

Do ponto de vista técnico, a Apple vai passar a utilizar a tecnologia da empresa Arm, conhecida parceria da companhia da maçã e que faz parte do conglomerado japonês SoftBank. A arquitetura utilizada nos chips é diferente da desenvolvida por engenheiros da Intel. Por isso, os desenvolvedores de aplicativos precisarão fazer mudanças na programação dos softwares.

Conforme reportado pela Bloomberg, a Apple trabalha em três projetos diferentes de processadores Mac e que utilizam aspectos avançados de machine learning e inteligência artificial. Sabe-se que um dos chipsets utiliza um processador A14, semelhante ao que deverá ser utilizado na produção dos próximos iPhones.

 

Há a expectativa de que os novos componentes revertam uma queda nas vendas dos computadores da empresa. Nos três primeiros meses de 2020, a companhia obteve 5,35 bilhões de dólares em receita com a venda de computadores, queda de quase 3% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

A crise do novo coronavírus pode ser apontada como uma das vilãs neste caso. Porém, os problemas causados pela covid-19 não podem ser utilizados para explicar os motivos pelos quais a companhia registrou queda no faturamento do setor também em trimestres anteriores, quando a pandemia ainda não havia ganhado força.

Já dados da consultoria americana IDC apontam que o número de computadores vendidos pela Apple caiu de 3,9 milhões nos primeiros meses de 2019 para 3 milhões no mesmo período deste ano. A queda supera o percentual de 20%. Para efeito de comparação, rivais como HP, Acer e Lenovo tiveram quedas menores, de 14%, 10% e 4% respectivamente.

A crise do setor fez com que o número total de computadores vendidos ao redor do mundo sofresse queda de 9,8% no trimestre, com 53,2 milhões de unidades enviadas às lojas pelas fabricantes. A consultoria Gartner, por sua vez, apresenta resultados ainda piores: 51,6 milhões de embarques e queda de 12,3% no trimestre.

Vale lembrar que essa não é a primeira vez que a Apple tenta trocar de fornecedora. Desde que foram lançados, há 36 anos, os computadores da maçã já tiveram chipsets produzidos por empresas como Motorola e IBM.

Acompanhe tudo sobre:AppleComputadoresIntelMacBook

Mais de Tecnologia

Canadá ordena fechamento do escritório do TikTok, mas mantém app acessível

50 vezes Musk: bilionário pensou em pagar US$ 5 bilhões para Trump não concorrer

Bancada do Bitcoin: setor cripto doa US$135 mi e elege 253 candidatos pró-cripto nos EUA

Waze enfrenta problemas para usuários nesta quarta-feira, com mudança automática de idioma