Tecnologia

Apple pretende usar mais materiais reciclados em dispositivos

A empresa assegurou em seu relatório de meio ambiente que se propôs o "desafio de um dia não depender nem um pouco da exploração mineira"

Apple: "As cadeias de suprimentos tradicionais são lineares. Os materiais são extraídos, os produtos são manufaturados, e muitas vezes acabam em aterros sanitários após o uso. Em seguida, o processo começa de novo e mais materiais são extraídos da terra para novos produtos" (Lucy Nicholson/Reuters)

Apple: "As cadeias de suprimentos tradicionais são lineares. Os materiais são extraídos, os produtos são manufaturados, e muitas vezes acabam em aterros sanitários após o uso. Em seguida, o processo começa de novo e mais materiais são extraídos da terra para novos produtos" (Lucy Nicholson/Reuters)

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AFP

Publicado em 20 de abril de 2017 às 18h19.

A empresa de tecnologia americana Apple estabeleceu o objetivo de "um dia" utilizar apenas materiais reciclados para fabricar seus dispositivos, segundo seu relatório de meio ambiente de 2017, publicado nesta quinta-feira.

"As cadeias de suprimentos tradicionais são lineares. Os materiais são extraídos, os produtos são manufaturados, e muitas vezes acabam em aterros sanitários após o uso. Em seguida, o processo começa de novo e mais materiais são extraídos da terra para novos produtos", aponta o grupo em seu relatório.

"Acreditamos que nosso objetivo deveria ser uma cadeia de suprimentos de circuito fechado, onde os produtos sejam fabricados usando só recursos renováveis ou materiais reciclados", sugere.

A companhia assegura no documento que se propôs o "desafio de um dia não depender nem um pouco da exploração mineira", embora não tenha estabelecido uma data concreta para alcançar esta meta.

Todos os aparelhos que a companhia fabrica, como o iPhone e o iPad, requerem grandes quantidades de alumínio, cobre, ouro, prata, estanho, cobalto e tungstênio, entre outros.

"Nosso objetivo é uma cadeia de suprimentos de circuito fechado" que não exija a extração de recursos naturais, afirmam.

A Apple lembrou que seus clientes podem entregar seus dispositivos velhos à empresa e disse que trabalha em "novas técnicas de reciclagem", como seu robô Liam, que recupera materiais dos iPhone 6.

"É um objetivo ambicioso, que requererá muitos anos de colaboração entre várias equipes da Apple, nossos fornecedores e especialistas em reciclagem, mas o trabalho já começou", acrescenta o texto.

O Greenpeace qualificou o anúncio da empresa de "um grande passo" para o setor tecnológico, mas fez algumas observações.

"Embora passar a 100% de materiais reciclados seja essencial para reduzir o impacto ambiental do setor, também é fundamental que a Apple e as demais empresas tecnológicas concebam produtos que durem, sejam fáceis de consertar e recicláveis no final da sua vida", afirmou Gary Cook, especialista em tecnologia da ONG, citado em um comunicado.

"O compromisso da Apple é ambicioso", continuou, "e mostra a necessidade de um maior sentimento de urgência em todo o setor (tecnológico) para reduzir o consumo de recursos e os resíduos eletrônicos que têm um impacto importante no meio ambiente e na saúde humana", acrescentou.

Cook instou outras grandes marcas tecnológicas, como Samsung, Huawei e Microsoft, a seguir a iniciativa pioneira da Apple.

A empresa não detalhou qual proporção de materiais reciclados utiliza atualmente para fabricar seus produtos.

O grupo se comprometeu a diminuir mais o consumo energético da sua produção, apontando que 96% da eletricidade que utilizou em suas instalações do mundo todo no ano passado procedia de uma fonte renovável, chegando a 100% nos Estados Unidos e na China.

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